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Opinião
Segunda - 03 de Janeiro de 2011 às 17:17
Por: Lourembergue Alves

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Paris é grandiosa. Vir à Europa e não chegar até ela, pode-se dizer que não pisou em terras européias. Pois a cidade possui o seu encanto. Bem mais que as outras. Talvez pelos movimentos político-sociais que tiveram suas ruas como palcos, a exemplo do de 1968 ou os do século XVIII. A verdade, entretanto, é que se tem a sensação de realização de sonhos. Não um sonho. Mas vários, que se entrelaçam e formam único quadro. Embora este seja constituído de atos distintos e que se completam.

Aliás, o caminhar pela Avenue Des Champs Elysees, sempre seguindo em linha reta, do Arco do Triunfo até o Museu do Louvre, comove e ao mesmo tempo fascina. É comovente não por causa de suas vitrines – majestosas - a estamparem novidades, o que atrai os consumidores apressados. Fascina e comove porque parecem que se está a seguir as grandes pegadas da história.

Tudo, por aqui, é majestoso. Seus prédios, históricos e modernosos, e suas avenidas, bastante largas, que se entrelaçam em um único ponto, do qual chegam ou partem as ruas secundárias. Estas fazem igual desenho – um semicírculo – e, a partir deste, ruelas se desprendem, completando a estampa fotográfica. Impressiona. Porém, também leva o visitante desatento a andar e a andar, sem que saia do lugar. 

Trata-se, portanto, de um labirinto citadino. Labirinto que carece ser explorado. Tarefa que requer um olhar no presente e outro no passado. Afinal, as paredes do “Arco do Triunfo” têm muita coisa a dizer. Igualmente se percebe com relação ao Palácio de Versalhes, bem como a uma série de edifícios que, juntos e entrelaçados, constituem verdadeiras aulas de história – integradas as de urbanismo, uma vez que os traços de tais construções são exemplos arquitetônicos extraordinários. Em meio aos quais, também, se pode encontrar o luxo e a arte em sintonia, tendo como moldura o “velho” e “lendário” Sena, que, por si só, forma uma paisagem magnífica – ampliada ainda mais pela Notre Dame. Obra erguida em local bem próximo desse rio. Hoje, ladeada por dezenas de outras construções – modernas, sem, contudo, esconderem as mais antigas.

Assim, por aqui, o modernoso não se contrapõe ao antigo. Ao contrário. Juntos – um ao lado do outro – formam “pinturas” que realçam quadros das coisas idas e vividas por gerações de parisienses.
Daí a importância do preservar, e, depois de preservada, atrai os turistas. São levas de visitantes. Oriundos dos mais diferenciados lugares do mundo. Atraídos não somente pelos famosos perfumes que se tem a venda na cidade. Mas, isto sim, por suas estampas fotográficas.

Fotografias que obrigam leituras variadas. Uma delas é a valorização da simpatia dos parisienses. Estes são respeitadores – tanto quanto os moradores de Lisboa e de Madri – do trânsito. Ah! Antes que se esqueça: por aqui, até os policiais respeitam os semáforos e as faixas de pedestres. Cena jamais assistida em Cuiabá.

De todo modo, entretanto, Paris continua uma cidade suja. Lembra, e muito, nesse aspecto, o Rio de Janeiro. Ambas, felizmente, apresentam cenários admiráveis. Cenários que formam passagens históricas preciosas no livro mundial. Bem mais, talvez, Paris. Arregimentada por sua Belle Epoque.   
            

Lourembergue Alves
é professor universitário e articulista de A Gazeta, escrevendo neste espaço às terças-feiras, sextas-feiras e aos domingos. E-mail: Lou.alves@uol.com.br.  


Autor

Lourembergue Alves

LOUREMBERGUE ALVES é professor universitário e articulista

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