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Opinião
Segunda - 06 de Dezembro de 2010 às 08:01
Por: Kátia Abreu

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O grande desafio dos  brasileiros durante a  COP-16, que começa no dia 29, em Cancún, no México, é provar que o nosso país, de forma inédita no planeta, está construindo seu desenvolvimento de forma sustentável. O Brasil é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e mantém 56% do seu território com vegetação nativa.

Mesmo com todo esse imenso patrimônio original preservado, que inclui a maior floresta tropical úmida do mundo, a Amazônia, e a maior planície inundável, o Pantanal, continuamos determinados a implementar ações ambientais ainda mais audaciosas. Comprometidos com o desmatamento zero das nossas florestas, os produtores de alimentos do Brasil  caminham, agora,  lado a lado com a ciência.

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil criou o Projeto Biomas, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária,  a Embrapa,  para financiar a preservação dos biomas brasileiros, seis zonas biogeográficas distintas. Vamos fazer o lançamento mundial deste projeto durante a COP 16.

Estamos destinando R$ 40 milhões, que serão aplicados pela Embrapa, em nove anos de pesquisas e em um plano de comunicação. O projeto prevê a identificação e o estudo de áreas estruturalmente frágeis e a criação de unidades demonstrativas, de 500 hectares em cada um dos seis biomas brasileiros: amazônia, caatinga, cerrado, mata atlântica, pampa e pantanal. Essas áreas servirão como modelos para a produção sustentável - funcionarão  como vitrines ambientais.

Nosso modelo de agricultura sustentável é reconhecido mundialmente. Queremos mais. Além de exemplo na busca de  soluções para reduzir  a emissão de gases poluentes, vamos participar efetivamente do esforço mundial de combate a fome no planeta. Vamos cumprir nossa vocação de produtores de alimentos para garantir o cumprimento de uma das metas do milênio da ONU – reduzir, pela metade, a fome no mundo até 2015.

Hoje  convivemos com uma trágica realidade - mais de um bilhão de pessoas passam fome no planeta, inclusive no Brasil. O país está entre os que mais produzem alimentos e as projeções são de que, em 15 anos, será o maior entre os produtores. Provamos a força do setor com números:  a produção de alimentos é responsável por um terço do PIB, dos empregos e das exportações do Brasil. Temos, portanto, potencial para multiplicar a produção de alimentos sem derrubar sequer um palmo de floresta nativa. É isso que sabemos fazer com excelência.

Produtores de alimentos, de conhecimento, de ciência e tecnologia, ambientalistas e agentes públicos  podem, e devem,  ser forças solidárias. Nesta COP 16, temos mais uma  oportunidade de firmar uma grande parceria em defesa  dos recursos naturais sem prejuízos à segurança alimentar dos países e do planeta.


*Kátia Abreu é presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil e Senadora da República pelo estado do Tocantins.



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