Desvio de dinheiro público e impunidade andam juntos, de mãos entrelaçadas. Inexiste meio para fazê-los se separar. Não no Brasil – país onde tal “amizade” fincou raiz e até se institucionalizou, via compadrio e cartorialismo, e isso faz aumentar o número de crimes contra o patrimônio público, sem que colarinho branco algum venha parar na cadeia. Pois os tribunais são lentos. O que contribui, e muito, para que os réus de hoje sejam inocentados amanhã, graças ao dispositivo da prescrição. Benefício que deve servir de guarda-chuva, por exemplo, aos mensaleiros – figuras responsáveis pelo maior escândalo da República brasileira, desde 1985.