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Cidades/Geral
Quinta - 24 de Fevereiro de 2011 às 23:31

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A agência do governo de Mato Grosso, criada há pouco mais de um ano para coordenar os preparativos de Cuiabá como sede da Copa de 2014, está na berlinda e corre risco de extinção.

A possibilidade, que já era defendida nos bastidores por aliados do governador Silval Barbosa (PMDB), será discutida abertamente na Assembleia Legislativa a partir da próxima semana.

Veja o especial sobre a Copa-2014
"Na Agecopa, todo mundo manda, ninguém obedece e não há poder de comando. O modelo está falido", afirmou o deputado Emanuel Pinheiro (PR), autor de um projeto de lei que transforma a agência em uma secretaria vinculada ao governador.

Com seis diretores e mais de 70 servidores comissionados, a Agecopa custou aos cofres públicos do Estado, em 2010, mais de R$ 14 milhões só com pessoal, encargos e custeio da estrutura.

Na única obra da Copa em andamento em Cuiabá, o estádio de R$ 342 milhões projetado para receber os jogos do Mundial, o consórcio formado pelas construtoras Mendes Jr. e Santa Bárbara está desde novembro sem receber os repasses mensais previstos. O consórcio não quis se pronunciar sobre o atraso nos pagamentos.

A suspensão dos pagamentos, segundo a Agecopa, foi determinada pelo TCE (Tribunal de Contas do Estado) por "falhas na licitação".

"Teremos de refazer os cronogramas físico e financeiro da obra. Assim que o TCE aprovar as mudanças, os pagamentos serão retomados", disse Yenes Magalhães, presidente da agência.

Os trabalhadores da obra, insatisfeitos com os salários pagos pelo consórcio, ameaçam uma paralisação se não receberem um aumento.

No ano passado, o TCE suspendeu sete obras de menor porte, algumas delas licitadas e em andamento, por irregularidades técnicas encontradas nos projetos básicos produzidos pela agência.

A Folha apurou que o relacionamento é turbulento entre os diretores, em sua maioria políticos sem mandato.

Em outubro de 2010, o então presidente Adilton Sachetti deixou o cargo dizendo que havia sido "desrespeitado" por seus colegas.

O presidente da Agecopa nega conflito entre diretores e diz que a criação de uma agência (caminho não seguido por nenhuma das outras sedes) foi uma "decisão correta". "Quem nos diz isso é a própria Fifa", afirmou.

Idealizador da autarquia quando era governador, o senador Blairo Maggi (PR) declarou à Folha que a extinção da Agecopa é "desnecessária". Entretanto reconheceu que há "alguns problemas de gestão interna".

"Ficou uma estrutura em que todos são caciques, tomam decisões, mas toda a responsabilidade acaba com o presidente. Não ficou um arranjo perfeito, e acho que deve ser reformulado."

Procurado por meio de sua assessoria de imprensa, o governador Silval Barbosa (PMDB) não se manifestou.






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