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Internacional
Quarta - 16 de Fevereiro de 2011 às 19:01

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Fontes policiais na cidade de Kut --palco de violentos protestos por melhorias de serviços do governo no Iraque-- indicaram que ao menos duas pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas quando cerca de 2.000 manifestantes invadiram prédios da administração regional.

O número de vítimas pode aumentar, e a Reuters já menciona ao menos três mortos. 

Além dos protestos inspirados nas revoltas da Tunísia e do Egito, a quarta-feira registrou atentados em ao menos três diferentes cidades do Iraque. Em Mussayab, uma bomba foi detonadas próximo a uma delegacia de polícia, em Mossul, um funcionário do governo foi morto por atiradores e em Tuz Khurmato outra bomba foi plantada num carro da polícia.

Embora as tropas de combate dos Estados Unidos tenham deixado o país ainda na metade do ano passado, a onda de violência no Iraque se mantém e os soldados americanos que ficaram como uma força de transição já atuaram de forma combativa por diversas vezes.

KUT

A manifestação desta quarta-feira está entre as maiores desde que os iraquianos começaram a demonstrar sua raiva contra todos os níveis governamentais em relativamente pequenos protestos pelo país --um eco do tumulto que atinge todo o mundo árabe.

Diferentemente de manifestantes em outros países que demandam democracia ou mudança de regime, os iraquianos têm se focado no desemprego, falta de eletricidade e corrupção.

Nesta quarta-feira, os manifestantes atiraram pedras contra o conselho provincial, atearam fogo a um trailer estacionado do lado de fora do prédio e invadiram o complexo, segundo Sondos al Dahabi, porta-voz da província de Wasit.

Imagens de TV mostram nuvens de fumaça, uma palmeira em chama e os manifestantes, muitos deles adolescentes, entrando no prédio. O som de tiros podia ser ouvido e manifestantes subiram em veículos da polícia, balançando bandeiras do Iraque.

A polícia disse que as pessoas ficaram feridas quando policiais dispararam ao ar para dispersar manifestantes. As vítimas, algumas das quais estão em estado grave, foram levadas a hospitais da região.

O Iraque é um dos poucos países com um governo eleito democraticamente no Oriente Médio, mas seus líderes não têm estado imunes à onda de insatisfação que atinge a região.

QUEIXAS

Os iraquianos têm uma longa lista de queixas contra o governo, incluindo a escassez de eletricidade --que algumas vezes opera apenas algumas horas por dia--, desemprego --que está em cerca de 30% da população-- e corrupção.

Os protestos preocuparam o premiê do país, Nouri al Maliki, que no domingo se reuniu com autoridades do governo para discutir os problemas que os iraquianos enfrentam. Em um comunicado de seu gabinete, o primeiro-ministro disse que o governo está trabalhando para resolver o problema da falta de eletricidade, assim como responder à questão de racionamento de comida.

Todos os iraquianos têm direito a uma porção de comida, um legado dos dias em que o Iraque estava sob sanções. Mas a população reclama que as rações, agora dadas pelo governo, estão ficando menores e culpam a corrupção por isso.

"Esforços estão sendo feitos para resolver esses dois problemas, mas precisamos de tempo e o problema da eletricidade estará completamente solucionado em dois anos", disse Maliki.






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