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Policia MT
Segunda - 07 de Fevereiro de 2011 às 14:01

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Cerca de 60% da área do município de Juína, no Mato Grosso, é Terra Indígena. E isso não é diferente nos demais municípios da região. É nesse cenário que o Amazônia Sem Fogo faz um trabalho diferenciado com as comunidades indígenas.

João Paulo Miranda foi coordenador do Polo de Juina até 2008, quando passou a função Katia Gobatti Calça.Segundo ele, programa Amazônia Sem Fogo é um processo de construção contínua. “Iniciamos esse processo em setembro de 1999 no pólo de Juína e o grande progresso é o trabalho contínuo durante todos esses anos. Especificamente em 2010 poderia destacar o grande envolvimento no projeto dos multiplicadores formados em 2008”,explica.

 João Paulo refere-se à etapa do Programa em que os multiplicadores formados repassam às comunidades as técnicas desenvolvidas durante os doze meses em que participaram de dez módulos de diferentes assuntos relacionados às queimadas, realizados durante três dias por mês. O Programa formou 383 multiplicadores de um total de 97 municípios.

Outra fase importante do Programa foi a assinatura dos protocolos municipais. Parceiros que construíram o Programa Amazônia Sem Fogo - fruto de uma ação conjunta da Direção Geral da Cooperação Italiana (DGCS) e do Ministério do Meio Ambiente – assinaram o compromisso com a mudança de hábitos nas regiões. O coordenador do Programa,Roberto Bianchi, explica que um protocolo municipal não é só um compromisso coletivo, mas também individual de que as coisas aconteçam de forma diferente. Segundo ele, os protocolos são ferramentas que levam à consolidação de políticas públicas ao longo do tempo.

Em Juína o trabalho com os indígenas é uma peculiaridade, assim como nas demais cidades do polo: Castanheira, Juruena e Cotriguaçú. Ainda no final de 2010, o Protocolo Indígena foi realizado durante o II Encontro e Protocolo da Juventude pelo Meio Ambiente da Região Noroeste Matogrossense. Foram dois dias com diversas palestras sobre meio ambiente e cidadania, e com um tema central, catalisador dos debates: as queimadas.
O evento ocorreu na Aldeia Curva, na Terra Indígena Erikbaktsa, da etnia Rikbaktsa e contou com aproximadamente 400 pessoas entre indígenas das etnias Rikbaktsa e Kayapo, e jovens (“brancos”) da região noroeste do MT. Após as palestras e debates os participantes e instituições presentes fizeram propostas e assumiram compromissos nas diferentes áreas debatidas,como saúde,uso do fogo, meio ambiente e cidadania. “A união desses compromissos foi sistematizada em um documento assinado por caciques, autoridades e participantes presentes, o que constituiu o Protocolo Indígena. Após os dois dias de seminário,tivemos três dias de formação de brigada indígena contra o fogo, com a participação dos jovens indígenas”, explica João Paulo.

Segundo ele, todas as cidades do polo Juína são consideradas regiões com maior risco à sustentabilidade ambiental. “Todas essas áreas sofrem grande pressão antrópica, uma vez que constituem uma fronteira agrícola e estão situadas no arco do desmatamento. A Terra Indígena Erikbaktsa tem um papel fundamental como preservação de um grande maciço florestal, mas sofre grande pressão de madeireiros, garimpeiros etc”,explica.


Brigada Indígena
Ainda segundo João Paulo, o curso de Brigada Indígena foi realizado após o II Encontro e Protocolo. Foram três dias de treinamento com a participação de aproximadamente 40 indígenas. Também durante o II Encontro tivemos a inauguração da Casa do Saber na Aldeia Primavera, uma tradicional casa indígena que serve para ensinar aos jovens da comunidade os costumes e tradições indígenas. A T.I. Erikbaktsa tem aproximadamente 32 aldeias e a FUNAI está apoiando a criação das Casas em todas elas.

Por: Amazônia sem fogo






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