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Economia
Quarta - 26 de Janeiro de 2011 às 08:56
Por: Marcondes Maciel

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LORIVAL FERNANDES/DC
Na próxima safra o mercado deverá ter menos volatilidade e um padrão de preços idêntico ao de 2010
Na próxima safra o mercado deverá ter menos volatilidade e um padrão de preços idêntico ao de 2010

O consumidor mato-grossense não deve esperar grande recuo nos preços do etanol combustível após o período de entressafra da moagem de cana-de-açúcar, que deve se estender até o final de março. De acordo com informações das usinas, na próxima safra o mercado deverá ter menos volatilidade e um padrão de preços idêntico ao de 2010, quando a média ficou entre R$ 1,65 a R$ 1,70. Atualmente os preços médios praticados na Grande Cuiabá estão nos patamares mais altos dos últimos três anos - R$ 1,96 – porque o crescimento da demanda por álcool está à frente da oferta.

A reação dos preços no ano passado foi em cadeia após o alerta feito pelo Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool), prevendo que os usineiros não suportariam preços “excessivamente baixos” como os praticados em 2009, quando o litro do etanol chegou a ser vendido por R$ 1,03.

“Não sabemos exatamente o que irá acontecer com o mercado daqui para frente, porém a situação é de equilíbrio e tudo indica que o quadro será mantido”, aposta o diretor executivo do Sindálcool, Jorge dos Santos. Na avaliação do executivo, a explicação para a estabilidade dos preços em patamares bem acima da média histórica está no aumento dos custos das usinas, que vinham operando com margem estreita ou até mesmo no vermelho nas últimas três safras, e nas intempéries climáticas, agravadas pelo longo período de estiagem em 2010.

Segundo ele, a cana plantada em 2009 e 2010 não se desenvolveu suficientemente para garantir uma boa produtividade em 2011. “Não temos nem idéia de como será a safra 2011. As usinas estão avaliando o impacto da estiagem. Se as chuvas iniciadas com atraso não forem suficientes para a recuperação dos canaviais, provavelmente a demanda continuará pressionando os preços”.

Santos percorreu nos últimos dias as principais regiões produtoras de cana-de-açúcar do Estado e disse ter ficado “impressionado” com a situação dos canaviais. “A cana, que deveria estar com 60% a 70% pronta para ser colhida, está com 30%. A situação realmente é uma incógnita para a próxima safra”.

Para o executivo, tudo leva a crer que, “na melhor das hipóteses”, a safra deste ano em Mato Grosso será igual à de 2010, com os preços médios do ano passado devendo se manter ao longo deste ano, na casa de R$ 1,70. Ele defende também a abertura urgente de uma “linha de crédito específica” para a renovação dos canaviais, visando atender a crescente demanda por carros a álcool no país.

Para 2010, a Copersucar - maior empresa brasileira do comércio de açúcar e etanol - prevê crescimento também no consumo de gasolina, devido ao aumento dos preços do etanol. Com isso, haverá aumento na demanda por álcool anidro, que no blend corresponde a 25% da composição da gasolina. Na avaliação dos especialistas, o álcool anidro volta a ter um crescimento um pouco mais robusto e o hidratado se estabiliza.

LIMITE

O presidente da Copersucar, Paulo Roberto de Souza, lembra que o preço do etanol já está no limite da competitividade com a gasolina e não deve subir muito mais nos postos. E, segundo ele, não há risco de desabastecimento. “Teremos em 2011 um volume de produção de etanol não menor do que o do ano passado".

No caso do etanol, da produção estimada de 5,2 bilhões de litros, 600 milhões de litros devem ser exportados, volume igual ao da safra anterior. No Brasil, 87% da produção de etanol em 2010 foi destinada ao mercado interno, segundo a União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica).






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