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Economia
Quarta - 19 de Janeiro de 2011 às 22:49

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A decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de elevar a taxa básica de juros do país, a Selic, em 0,50 ponto percentual (para 11,25% ao ano) retira do consumo das famílias e dos investimentos das empresas pelo menos R$ 3 bilhões neste ano, segundo cálculos da Fecomercio-SP.

"A medida é negativa e atrapalha o bom ritmo da atividade econômica do País, ao tornar os financiamentos mais caros, freando o consumo, ao mesmo tempo em que uma fatia importante da renda da população passa a ser transferida ao setor financeiro", diz o presidente da Federação, Abram Szajman, em nota.

Além disso, segundo a entidade, a elevação também impacta as contas públicas. "Para cada ponto de elevação da Selic, aos cofres públicos são onerados em cerca de cerca de R$ 10 bilhões por ano, ou seja, o novo aumento adiciona às despesas públicas cerca de R$ 5 bilhões em pagamento com juros, no montante a ser acumulado até o início de 2012."

Ainda segundo os dados, em 2010, as famílias brasileiras gastaram R$ 128 bilhões em juros e as empresas R$ 105 bilhões, somando R$ 233 bilhões (mais de 6% do PIB) para honrar juros no ano passado.

O presidente da Fecomércio-RJ, Orlando Diniz, por outro lado, afirma que o Banco Central "não tinha saída" para conter a inflação, "pressionada pela expansão dos gastos correntes do setor público".

"A alta dos juros já eram favas contadas. Daqui para frente é preciso que o novo governo assuma seu dever de casa: prudência no campo fiscal e redução das despesas correntes, abrindo espaço para ampliação dos investimentos. Ingressar neste novo ciclo permitirá manter aquecido o comércio, aumentar nossa produtividade, conduzir os juros ao patamar internacional e equilibrar as contas com o exterior", diz, em nota.

PREOCUPAÇÃO

O presidente da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), Alencar Burti, demonstrou preocupação com o aumento.

"Hoje uma situação econômica um pouco diferente do passado recente, pois observamos que, embora a inflação esteja em alta, o Brasil continua sendo um porto seguro para os investimentos estrangeiros. E com essa alta dos juros vamos atrair mais dólares que podem aumentar a valorização do real, causando mais prejuízos para a nossa indústria e nossa agricultura", disse.






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