Segundo a Avitan, o preço pago ao avicultor varia entre R$ 0,35 e R$ 0,39/frango. O valor representa pouco mais de 5% no valor de mercado de cada ave abatida
Avicultores de Tangará pedem aumento no preço do frango e ameaçam paralisar as atividades

Cerca de 100 avicultores realizam nesta sexta-feira, à tarde, manifestação contra os baixos preços pagos pelo frango. O protesto ocorrerá na forma de carreata que partirá da sede da categoria – a Associação dos Avicultores de Tangará da Serra (Avitan), nos fundos da Empaer – com destino ao frigorífico Anhambi, empresa com a qual os avicultores mantém parceria para fornecimento de aves.
 

Segundo o presidente da Avitan, João Zanata, atualmente o preço pago ao avicultor varia entre R$ 0,35 e R$ 0,39/frango. O valor representa pouco mais de 5% no valor de mercado de cada ave abatida, atualmente girando em torno de R$ 6,90.

Zanata avisa que os avicultores podem paralisar suas atividades caso não houver reajuste, ao mesmo tempo em que chama a atenção para o risco que a desvalorização do produto saído da granja pode proporcionar à economia local. “Não podemos mais trabalhar com preços neste patamar. Se os avicultores pararem, o setor entra em colapso no município e a economia de Tangará da Serra sofrerá um duro golpe”, disse o representante dos avicultores. Os avicultores locais fixam suas reivindicações com parâmetros em torno dos R$ 0,50/frango.

Ontem, representes do frigorífico entraram em contato com membros da associação na tentativa de dar início às tratativas. A Anhambi admite negociar, mas ainda não apresentou proposta de reajuste à categoria. O ponto alto das negociações deverá acontecer durante reunião entre a indústria e os avicultores no dia próximo dia 22 (sábado).  

Por outro lado, a direção da Anhambi tem como argumento a alta dos custos de produção em função das majorações verificadas nos preços da soja e do milho, produtos-base da ração do frango. Ao mesmo tempo, também vale salientar que os preços do frango no mercado consumidor reagiram em função do aumento do consumo provocado pela alta da carne bovina.  

CADEIA - A cadeia do frango representa cerca de 1.000 empregos diretos na indústria e outros 6 mil empregos indiretos em Tangará da Serra, somando a indústria, as granjas e os setores correlatos e de serviços.

Entre os criadores de frango, Tangará da Serra registra um volume de negócios de aproximadamente R$ 7,5 milhões/ano, segundo estimativa da Avitan, considerando o preço médio de R$ 0,35/frango. Ao todo, são 120 avicultores com 220 aviários ativos e média de 20 mil frangos/aviário entregues ao frigorífico a cada 60 dias.

Vale destacar que a parceria entre Anhambi e criadores consiste na produção de pintainhos, alojamento e retirada, ração e vacinas sob responsabilidade da indústria. Aos criadores cabe a criação e entrega de frangos com 45 dias, custos de energia e acessórios, aquecimento a gás e manutenção dos aviários.