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Economia
Quinta - 09 de Dezembro de 2010 às 18:56

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As medidas anunciadas para apertar o crédito e conter o consumo refletem a preocupação do Banco Central com o nível de endividamento do consumidor brasileiro em um prazo mais longo e não devem afetar o desempenho da Ford em 2011, que mantém sua projeção de crescimento de 4% a 5% para 2011.

A avaliação é do presidente da montadora do Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira, que prevê fechar este ano com expansão de 10% sobre o resultado do ano passado. A previsão é vender 360 mil unidades (automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus) neste ano.

"Foi inesperado e nos pegou de surpresa [o pacote anunciado na última sexta-feira]. Deve haver um impacto na economia e no setor, mas não sabemos mensurar o quão forte será", disse o executivo.

"No setor automobilístico, os valores financiados são elevados. Uma coisa é comprar um carro por R$ 30 mil financiados. A outra, televisão por R$ 1.500", ao se referir aos efeitos das restrições de recursos para financiamentos sem entrada com prazo superior a 24 meses

Pela nova regra do BC, os bancos vão exigir entrada de pelo menos 20% nos financiamentos entre 24 e 36 meses para carros novos ou usados. Nos parcelamentos entre 36 e 48 meses, a entrada sobe para 30%. Entre 48 e 60 meses, para 40%. Todas as vendas de veículos com prazo superior a 60 meses terão restrição, independentemente da entrada.

BOLHA

"O setor automobilístico não foi responsável pelo aumento da inflação. Os preços dos veículos foram reajustados abaixo da inflação. As montadoras estão produzindo e há produto suficiente no mercado para evitar a cobrança de ágio. A medida adotada pelo governo foi certamente para segurar a inadimplência e evitar uma bolha, como aconteceu nos Estados Unidos", diz o presidente da Ford.

Com o aumento do IPCA, ele acredita que as taxas de juros devem continuar subindo no próximo ano para conter os riscos do aumento da inflação na economia.

A Ford está monitorando as vendas, desde que o anúncio foi feito na última sexta-feira, e informou que não notou impacto ainda das ações do BC nas revendedoras.

"Vamos continuar monitorando nas próximas três, quatro semanas para observar o que acontece. O ajuste que teve de ser feito, para atender o aumento de reservas para financiamentos de prazos mais longos, não deve ser suficiente para afetar a confiança do consumidor a ponto de dizer que está com medo de comprar", disse Oliveira.






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