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Saúde
Sexta - 19 de Novembro de 2010 às 08:16
Por: Amanda Alves

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Larvas do mosquito Aedes aegypti estão espalhadas por todo interior, à exceção de Luciara
Larvas do mosquito Aedes aegypti estão espalhadas por todo interior, à exceção de Luciara

Cento e quarenta municípios de Mato Grosso têm registro do vetor Aedes aegypti, transmissor da dengue, conforme levantamento da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Luciara (1.166 km a nordeste da Capital) é o único que está livre do mosquito. O dado comprova que a prevenção da doença, que já vitimou 53 pessoas em Mato Grosso, é essencial em todas as cidades.

O superintendente de Vigilância em Saúde, Oberdan Lira, destaca que por meio de monitoramento periódico de agentes de saúde é possível constatar o quadro de proliferação do vetor. "É importante o diagnóstico precoce para podermos enfrentar e dar suporte. Acompanhamos a série histórica e constatamos que em 2009 todos os municípios, com exceção de Luciara, tinham o Aedes."

Oberdan diz que em 10 anos o comportamento do mosquito também mudou. Deixou de ser somente frequentador de terrenos baldios e poças da rua para ser domiciliar e já começar a se proliferar por bocas de lobo. "É preciso alerta em locais onde se aglomeram muitas pessoas e por muito tempo".

Cuiabá, Várzea Grande, Rondonópolis, Sinop e Barra do Garças, são as cidades onde se presta mais atenção à ocorrência de mosquitos e proliferação da doenças por causa do número de mortes, porém, o superintendente da saúde afirma que a interiorização hoje é uma realidade que precisa ser enfrentada. As 5 cidades foram responsáveis por 30 das 53 mortes registradas este ano.

Para enfrentar a situação, a presidente do Comitê Interinstitucional de Mobilização, Prevenção e Controle da Dengue de Mato Grosso, Maria da Conceição Vila, convoca entidades de classe e a sociedade em geral para o combate. "Nosso propósito comum é prevenir a dengue e precisamos que as pessoas entendam essa necessidade e se mobilizem, pois a evolução do mosquito é rápida".

O secretário da SES, Augusto Amaral, evidencia que somente o setor da saúde não dará conta do controle da doença no Estado. "Queremos estabelecer um novo conceito, erradicando os potenciais criadouros e não deixando o mosquito crescer".

Augusto diz que os trabalhos pretendem evitar os 2 picos de notificação que foram registrados em 2009. Ao todo, 60 mil casos foram notificados no ano, em que houve a remanifestação do vírus DENV-2, que não estava em circulação há 1 década.

Maria da Conceição se preocupa ainda para a necessidade da prevenção, no momento em que o Ministério da Saúde (MS) alerta para a ocorrência do sorotipo 4 da dengue em outros estados brasileiros. Em agosto deste ano, os primeiros casos foram registrados em Roraima, o que aventou a possibilidade de uma epidemia.

"Estamos em iminência do sorotipo 4, um vírus novo que já infectou em outros estados e se ele entrar devemos estar preparados, pois podemos ter uma epidemia maior como a que tivemos em 2007. Naquele ano, o Estado registrava 1 mil casos por semana da doença, enquanto hoje a média é de 350".

Entre os mato-grossenses circulam os sorotipos 1, 2 e 3 e, caso o 4 se manifeste entre as pessoas, pode causar um surto como no ano passado. Por causa do surto do tipo 2 em 2009, a média anual passou de 47 casos graves de dengue em 2008 para 1,6 mil no ano passado.

Farmácias, escolas, bairros, comércio e residências de Cuiabá e Várzea Grande serão visitados por meio de entidades de classe para prevenir focos de infestação do mosquito transmissor da dengue.

A campanha no Estado iniciou no dia 18 e se estende até o dia 2 de dezembro, juntamente com a ação nacional. Cerca de 50 reeducandos do Centro de Ressocialização de Cuiabá também farão parte de mutirões de limpeza.





Fonte: A Gazeta

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