RJ: menino de 13 anos é morto a pedradas

Há pouco mais de um mês, Daniel Vítor Vicente Velasco da Silva, de 13 anos, disse ao pai que queria trabalhar. O objetivo era começar a juntar dinheiro para comprar uma roupinha nova no Natal. A condição imposta pelo pedreiro Josivaldo Vítor da Silva foi uma só: o filho não poderia largar os estudos. Trato feito, o menino, um alegre torcedor do Flamengo fanático por computador, pegou a bicicleta e começou a vender salgados de um comerciante por toda a região do Galeão, na Ilha do Governador. Mas seus sonhos foram interrompidos a golpes fatais com uma pedra num matagal, na noite de anteontem.

O crime brutal só foi descoberto na manhã de ontem, após uma madrugada de buscas, quando o corpo do menino foi encontrado por um tio, escondido no mato na Estrada 20 de Janeiro. O local fica perto da Vila Joaniza, onde tanto Daniel quanto o principal suspeito do assassinato moravam. O suspeito, que está sendo procurado pela Divisão de Homicídios (DH), seria viciado em crack e teria atacado o menino para roubar os R$ 100 que estavam na pochete, referentes ao dia de venda. "Agora meu filho é mais um nessa estatística brasileira", desabafou o pai Josivaldo: "Como vou voltar para casa agora sem ele?".

Daniel voltava do trabalho por volta das 18h da última quarta-feira, com dois amigos. Um homem de camisa azul, boné e bermuda pretos o chamou: "Eles se conheciam, por isso ele parou, começou a falar com o cara e saiu com ele no sentido contrário", contou um dos jovens na DH.

O pai sentiu a falta do filho quando chegou em casa, às 20h: "Comecei a rodar tudo, achei que alguma coisa tinha acontecido", disse. Por volta das 5h30, um outro tio chegou a encontrar o principal suspeito do crime, perto de quartel da Aeronáutica. "Ele ainda tentou fugir, mas foi pego. Levamos ele para a 37ª DP (Ilha), mas foi liberado porque o policial falou que não tinha nada contra ele e que o menino iria aparecer. Eu falei: Prende ele, porque esse é o assassino do meu filho. E ele ainda ficou com um sorriso sarcástico", desabafou Josivaldo. Por volta das 8h, o pai recebeu o telefonema com a pior notícia.