Abicalil defende postura de Erenice

Presidente regional do PT e candidato ao Senado, Carlos Abicalil defendeu ontem a posição adotada pela ex-ministra Erenice Guerra, que deixou o comando da Casa Civil ontem, após entregar sua carta de demissão ao presidente Lula (PT). Para o dirigente partidário, a decisão dela demonstra a postura de quem não tem nada a temer. “O afastamento é uma decisão que é boa porque deixa o espaço aberto para as investigações. Como não há do que se esconder, a decisão é prudente”, considerou ele.

Abicalil acredita ainda que os reflexos do episódio não irão gerar saldo negativo para a campanha da presidenciável Dilma Rousseff (PT). “É o contrário disso. Os reflexos serão positivos porque demonstra que não há o que se temer”, rebateu. O nome de Erenice Guerra está ligado a um quadro de denúncias. O filho dela, Israel Guerra, teria praticado supostamente lobby e ainda suborno no Palácio do Planalto.

Ela é considerada o braço-direito de Dilma. O cenário sobre a então ministra ficou ainda mais negativo após a publicação de reportagens na revista Veja e no jornal Folha de São Paulo, de uma nota com timbre do governo federal, em que teria feito ataques ao adversário tucano na corrida à presidência, José Serra. Ela se reuniu na manhã de ontem, no gabinete presidencial, onde apresentou a carta de demissão.

Apesar do contexto, Abicalil entende que o episódio não trará consequências negativas para a eleição de Dilma. O dirigente partidário reafirmou a coerência das ações políticas de representantes do partido. Para ele, decisões como a desempenhada pela ex-ministra demonstram que existe caminho aberto para se assegurar a verificação da transparência dos trabalhos.

Após o encontro entre ela e o presidente Lula, na manhã de ontem, o porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach, fez o pronunciamento em que leu a carta de demissão de Erenice. No documento, que foi encaminhado ao presidente Lula, ela assegura que é vítima de uma campanha de desqualificação que atingiu sua família.