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Economia
Quinta - 26 de Agosto de 2010 às 08:17

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Obras do Aeroporto Marechal Rondon preocupam Sinduscon/MT que quer a participação de empresas regionais
Obras do Aeroporto Marechal Rondon preocupam Sinduscon/MT que quer a participação de empresas regionais

“O elevado nível de exigências para participar das licitações e a condição de emergência das obras, excluem as possibilidades de participação das empresas regionais nas licitações destinadas às obras da Copa 2014”. A avaliação é do presidente do Sindicato das Indústrias da Construção do Estado de Mato Grosso, Cezário Siqueira Gonçalves.

A afirmação foi feita logo após reunião para tratar das obras do Aeroporto Marechal Rondon, no final da tarde da última segunda-feira (23/08), que contou com a participação de vários setores produtivos da economia mato-grossense. O presidente do Sinduscon/MT esteve na reunião a convite da Agecopa e percebeu que sua apreensão é compartilhada por representantes de outros setores, além da construção civil.

O diretor sindical mostra-se conhecedor do fato de que o setor de desembarque do Marechal Rondon está bastante precário, e que essa realidade pode desabilitar Cuiabá como sub-sede da Copa das Confederações (2013) e da própria Copa do Mundo (2014).

“Minha preocupação não consiste na necessidade da obra, mas sim, nos meios a serem utilizados para viabilizar a contratação dessa obra”, explicou ele. Cezário diagnostica que a emergência que está se querendo impingir ao tema, justificaria a forma de contratação direta, com dispensa de licitação. “Como presidente do Sinduscon/MT, e como empresário da construção civil, não posso descartar a urgência que o tema requer, mas também tenho a obrigação de me posicionar contra a exclusão das construtoras de Mato Grosso da disputa por essa obra, e de outras que virão”, salientou.

Ele garante que não se trata de mesquinharia do Sinduscon e que o sindicato precisa se mostrar antenado e colocar a preocupação de garantir participação de seus associados nos processos de contratações que serão desenvolvidos para atender às necessidades de adequação desta Capital, para atender às exigências da Copa 2014. “A Copa 2014 para as construtoras começa agora, não devemos aguardar o trilar do apito do árbitro, anunciando o início do jogo”, disse, enfatizando o momento crucial para a efetiva participação neste processo das empresas do setor.

Cezário ressalta que não há dúvidas dos benefícios que a realização da Copa trará à cidade, mas que do jeito que as coisas estão se encaminhando não se pode descartar o risco de que a Copa 2014 fique, para Cuiabá e Mato Grosso, apenas a sensação de que estamos fazendo uma “grande festa”, mas que estaremos fora do “baile de gala”. “Essa sensação, tenho certeza, ninguém gostaria de ter”, garante o presidente do Sinduscon.

E ele lembrou que, se Cuiabá tornou realidade a sua candidatura, e se hoje vislumbra a possibilidade de sediar estes eventos, o fez com as empresas que aqui se estabeleceram e foram responsáveis pela construção desta cidade, empresas que são compostas por pessoas que trabalham duro, honestamente, acreditando no potencial desta Terra, portanto, nada mais justo que participar e colher os frutos deste trabalho.

A mesma situação que ameaça a exclusão das construtoras regionais, pode se dar também em outros setores, conforme alerta Cezário. “Setores como o da hotelaria, cerimoniais, receptivos, buffet, transportes, restaurantes também correm o risco de ver a festa apenas do lado de fora”, sustentou

Cabe lembrar que nas obras do Verdão as construtoras locais já ficaram de fora. “Foi um processo licitatório extremamente regular, porém, com níveis de exigências que excluíram a possibilidade de participação das construtoras regionais”, frisou.

O temor do dirigente sindical também se baseia em viagem que fez à África do Sul, pouco antes da Copa do Mundo deste ano, acompanhando os empresários de vários setores do trade Turístico de Mato-Grosso, numa Missão Internacional promovida pelo Sebrae-MT. “Pudemos observar que, apesar da atuação do Governo Sul-africano na defesa das empresas nacionais, através da imposição à Fifa e a todas as empresas que foram contratadas para as obras daquela Copa, da obrigatoriedade de participação das empresas locais, bem como a manutenção de cotas de postos de trabalhos para a população nativa, muitos empresários ficaram excluídos do processo da Copa da África do Sul”, sintetizou Cezário.

Ao concluir, o presidente lembrou que a intenção não é estabelecer relações de privilégios e/ou defesa de mercado, porém a simples garantia de participação aos processos licitatórios das obras a serem contratadas, possibilitando às empresas mato-grossenses condições de ofertarem propostas, para que a Copa de 2014 não seja uma festa para poucos.






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