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Internacional
Domingo - 22 de Agosto de 2010 às 20:33

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O presidente chileno, Sebastián Piñera, informou neste domingo (22) que os 33 funcionários de uma mineradora presos há 17 dias a 688 metros de profundidade em uma jazida do norte do país, estão vivos.

Piñera leu a mensagem manuscrita em letras vermelhas em um papel, que os próprios operários colocaram em uma peça de uma máquina perfuradora: "Estamos bem, no refúgio, os 33".

A equipe de resgate disse que ouviu ruídos de martelo, quando enviaram uma nova sonda perfuradora ao local em que se imaginava estarem os soterrados na mina de ouro e cobre.

  Ivan Alvarado /Reuters  
Colegas, membros da equipe de resgate e parentes se reúnem do lado de fora da mina de ouro e cobre onde trabalhadores ficaram soterrados
Colegas, membros da equipe de resgate e parentes se reúnem do lado de fora da mina de ouro e cobre onde trabalhadores ficaram soterrados



Piñera elogiou "a força, o valor e a coragem" dos 32 trabalhadores chilenos e um boliviano presos na mina, de propriedade da empresa San Esteban, que "resistiram mais de duas semanas sozinhos nas profundezas da montanha".

Também agradeceu aos parentes, "que nunca perderam a esperança e sempre seguiram lutando", e à equipe de especialistas de companhias mineradoras públicas e privadas, "que não poupou nenhum esforço e que fez tudo o que era humanamente possível para resgatar os mineiros com vida".

"Isto (o bilhete) saiu hoje das entranhas da montanha, da parte mais profunda desta mina, e é uma mensagem de nossos mineiros que nos dizem que estão vivos", vibrou o líder, que viajou neste domingo a Copiapó, 830 quilômetros ao norte da capital chilena.

Com o pedaço de papel na mão, e com grande sorriso, Piñera acrescentou: "estão unidos para voltarem a ver a luz do sol e abraçar seus familiares".

"Hoje o Chile inteiro está feliz, cheio de emoção", afirmou o presidente, enquanto os familiares dos mineiros se abraçavam emocionados e agitavam bandeiras chilenas no acampamento onde cerca de 200 pessoas viveram angustiadas durante estas últimas duas semanas.

"A notícia nos enche de alegria e de força. Sinto-me mais orgulhoso que nunca de ser chileno e de ser o presidente do Chile. Mais orgulhoso que nunca de nossa gente. Acho que não podíamos começar melhor nosso mês da pátria (setembro) e a celebração do Bicentenário", enfatizou Piñera.

DEUS

Nesta quarta-feira, o presidente chileno, tinha voltado a pedir ajuda a Deus para resgatar com vida todos os mineiros que foram isolados por um desmoronamento de terra na mina.

"Temos feito e vamos continuar fazendo todos os esforço humanamente possíveis para tentar resgatá-los com vida, que é o que todos os chilenos querem", tinha afirmado ele.

Hector Retamal/AP
Parentes de mineiros chilenos presos em desmoronamento no norte do país protestam; presidente diz que eles estão vivos
Parentes de mineiros chilenos presos em desmoronamento no norte do país protestam; presidente diz que eles estão vivos



O desmoronamento ocorreu na madrugada do dia 5 de agosto na mina de San José, na cidade de Copiapó. As autoridades mobilizaram equipes técnicas para retirar os trabalhadores do local, mas as atividades seguiam sem nenhum êxito.

"A situação é complexa, as dificuldades são enormes. Trata-se de uma mina cheia de falhas geológicas, que tem muitas grutas e sofreu muitos desmoronamentos e que, além disso, tem uma série de vulnerabilidades em suas cavidades internas e que continua se mexendo", tinha reiterado o mandatário, ao falar mais uma vez sobre o caso.

Na ocasião do desmoronamento, Piñera realizava uma viagem internacional e assistiria à cerimônia de posse de Juan Manuel Santos, presidente colombiano que assumiu no dia 7, mas cancelou seus compromissos e retornou ao país para acompanhar a situação de perto.

Há mais de uma semana, ao retomar o tema, ele declarou que "o desafio não é fácil. Isto não está só em nossas mãos, também está nas mãos de Deus".

Na terça-feira, o engenheiro responsável pelo resgate, André Sougarret, disse à imprensa que a retirada dos trabalhadores debaixo da terra "pode levar meses". Segundo o especialista, a técnica usada, por enquanto, era a de sondagens com o objetivo de estabelecer contato com os mineiros.






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