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Educação/Vestibular
Segunda - 19 de Julho de 2010 às 07:50

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A participação dos alunos das escolas paulistanas com melhores pontuações no Enem caiu em relação aos anos anteriores. Em média, apenas 50% dos estudantes do 3º ano do ensino médio dos 30 colégios que mais se destacaram nesta última edição fizeram a prova. Para os diretores, isso pode ter influenciado no resultado - positivamente para algumas escolas e negativamente para outras.

 

Para se ter uma ideia, no colégio com a melhor pontuação, o Vértice, de um total de 64 alunos, apenas 37 participaram do exame - no ano anterior, foram 63. No Bandeirantes, que tem um número bem maior de estudantes, com 13 salas de ensino médio, também houve queda significativa: 363 alunos fizeram o Enem, de um total de 573. No Enem 2008, apenas 20 alunos do colégio não fizeram o exame.

"Não dá para comparar o desempenho deste ano com anos anteriores. A Fuvest não aceitou a nota do Enem e isso os desestimulou", afirma o diretor do Bandeirantes, Mauro Aguiar. "O jovem é imediatista, ele quer entrar na Fuvest e fica focado."

No ano passado, os vestibulares da USP e da Unicamp deixaram de levar em consideração a nota do Enem - eles usavam o exame como um complemento na pontuação final. O problema ocorreu por causa do vazamento da prova dias antes de sua aplicação, denunciado pelo Estado. Com o adiamento, esses vestibulares não tiveram tempo hábil para usar a nota (leia mais ao lado).

O diretor do Lourenço Castanho, colégio que subiu mais de 15 posições de um ano a outro, acredita que o número pequeno de alunos influenciou de certa forma no resultado. "Mas foi em todas, e tanto que em São Paulo 50% dos inscritos não fizeram a prova", afirma o diretor Alexandre Abbatepaulo.

Pioneiro. Outro colégio que ganhou destaque maior nesta última edição foi o Pioneiro, na zona sul, fundado pela comunidade japonesa. "Se o número pequeno de alunos influencia no resultado, influenciou todos, principalmente em São Paulo", afirmou o diretor do ensino médio, Fernando Isao Kawahara.

 

PARA LEMBRAR

Vazamento provocou transtornos

No dia 30 de setembro, dois homens procuraram a reportagem do Estado para tentar vender a prova do Enem por R$ 500 mil. O Estado rejeitou a proposta, mas viu trechos do exame que, no mesmo dia, foram confirmados pelo Ministério da Educação como oficiais. O ministro Fernando Haddad suspendeu a prova e marcou nova data. O governo cancelou o contrato com o consórcio responsável e contratou novas empresas. Investigações mostraram que a prova havia sido furtada por funcionários temporários da gráfica onde era impressa. O adiamento, no entanto, levou a um índice recorde de abstenção. No País, 37% dos alunos não compareceram; em São Paulo, o índice chegou a 46,9%. 






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