Para o comando da campanha de Dilma Rousseff (PT), a possível "verticalização" da propaganda eleitoral produziria mais prejuízos ao adversário, José Serra, do que à petista.

A avaliação é de que, com menor tempo na TV, Serra dependeria mais do palanque eletrônico nos Estados do que Dilma.

Além do mais, a decisão pouparia a candidata de embaraços políticos, como a disputa de aliados nos Estados ou mesmo a participação em programas de nomes como o do ex-presidente Fernando Collor de Mello (PTB-AL).

A coordenação da campanha de Serra reconhece que a medida poderá prejudicar o candidato. Mas avalia que o impacto sobre as duas candidaturas só poderá ser mensurado depois de concluído o registro das candidaturas.

Para o tucanato, a regra traria um ponto positivo: reduziria a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos programas estaduais.

LEI

Independentemente da análise política, os advogados das duas campanhas criticaram a atuação do TSE.

Segundo Márcio Silva, assessor jurídico da campanha de Dilma, "qualquer orientação jurídica é temerária em vista da perplexidade que o tribunal gerou".

"Foi inoportuno pelo momento e a forma titubeante do tribunal", afirmou.

Coordenador jurídico da campanha de Serra, Ricardo Penteado afirma que "não interessa a quem [a medida] favoreça". "É muito ruim para a democracia esse tipo de abalo".

Os dois lamentam que as alianças sejam registradas sem que os candidatos tenham segurança sobre as regras para as eleições.