Assim como na Bolsa de Valores, o giro de negócios no mercado de câmbio doméstico foi afetado pelo jogo do Brasil na Copa da África, que deixou os negócios a passo lento a partir das 11h (hora de Brasília) desta sexta-feira.

O volume de câmbio contratado na BM&F, que foi de US$ 3 bilhões no expediente de quinta, atingiu menos de US$ 2 bilhões na jornada de hoje.

A cotação da moeda americana atingiu a cotação máxima do dia (R$ 1,790) no final da manhã, cedendo para a mínima (R$ 1,777) quase no encerramento das operações, quando bateu R$ 1,780, em queda de 0,50%. No mês, a taxa de câmbio brasileira acumula desvalorização de 2,2%, mas na semana tem alta de 0,45%.

Nas casas de câmbio paulistas, o dólar turismo foi cotado por R$ 1,890, em uma retração de 0,52%.

Ainda operando, a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) sobe 1,11%, aos 64.646 pontos. O giro financeiro é de R$ 2,61 bilhões. Nos EUA, a Bolsa de Nova York opera estável.

Posta um pouco "de lado" no mês de junho, a crise europeia voltou à ser assunto nos últimos dias, em meio a rumores renovados sobre a Grécia, e o sucesso dos projetos para controlar os deficits públicos.

"Os meses de julho e agosto devem ser mais decisivos para a situação da Grécia do que foram abril e maio. Há inclusive algumas projeções apontando um risco de "default" [suspensão de pagamentos] desse país em agosto. Mas temos que ver se a "bola de cristal" realmente está funcionando nesse caso", comenta João Carlos Reis, gerente de tesouraria da Prime corretora.

Analistas ainda mencionam preocupações com a reunião do G20 (países mais ricos) deste final de semana, num temor sempre presente de que as autoridades soberanas endureçam a legislação contra os mercados financeiros. Hoje, o Congresso americano deu um passo nesse sentido e o presidente Barack Obama instou que os líderes europeus a agir da mesma forma.

Mas profissionais de mercado concordam que esse apreensão com a cena externa, que costuma pressionar as cotações da moeda, já está bem mais acomodado. No dia a dia, o fluxo de recursos tem se ressentido de um certo recuo no volume de investimentos externos, com predominância de operações de comércio externo. O Banco Central, por sua vez, tem mantido a prática de comprar moeda diariamente. Nesse cenário, operadores avaliam ser difícil que os preços se afastem muito de entorno de R$ 1,80, pelo menos no curto prazo.

Juros futuros

As taxas negociadas no mercado futuro de juros subiram no mercado futuro, que serve de referência para o custo dos empréstimos nos bancos.

No vencimento para outubro, a taxa prevista avançou de 10,83% ao ano para 10,84%. No contrato para janeiro de 2011, a taxa projetada passou de 11,28% para 11,31%; e no contrato para janeiro de 2012, a taxa prevista foi mantida em 12,08%. Esses números são preliminares e estão sujeitos a ajustes.