Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Segunda - 07 de Junho de 2010 às 00:06

    Imprimir


Reprodução
Pai que teria tramado morte de filho diz que foi ameaçado por ele
Pai que teria tramado morte de filho diz que foi ameaçado por ele

Suspeito de tramar a morte do filho para ficar com um prêmio da Mega-Sena, Francisco Serafim de Barros disse ter sido ameaçado pelo milionário. Na sexta feira, em Cuiabá, o pai do ganhador dos R$ 28 milhões conversou com o Fantástico.

“Eu jamais na minha vida poderia planejar ou arquitetar a morte de um ser humano, muito menos do nosso filho”, defende-se Francisco.

Segundo a polícia, Francisco Serafim de Barros contratou quatro pistoleiros para matar o próprio filho. Ele ficou três dias preso, foi indiciado por formação de quadrilha e responde em liberdade.

Domingo passado, no Fantástico, o filho acusou o pai de ter ficado com metade da fortuna. “Ele não devolver meu prêmio já era uma coisa que ninguém acreditava. Agora, ele mandar me matar é muito mais inacreditável”, afirma o milionário.

Francisco Serafim rebate: “ele chegou e me disse: ‘toma aqui o bilhete, é do senhor’. Eu respondi: ‘meu filho, isso aqui foi você que jogou. Tenho minha vida’. Ele disse: ‘não, o senhor vai assumir para a família’.

O pai conta que, para tomar conta da fortuna, largou o emprego de diretor de banco e que, depois de um ano e seis meses, o filho queria tudo de volta. “Ele falou: ‘você vai ter que aceitar tudo que eu quiser aqui, porque eu estou com três seguranças armados. O menor movimento, eu não me responsabilizo pelo que possa acontecer. Em outras palavras, ele nos mataria a todos".

Depois disso, pai e filho nunca mais se viram e começaram uma briga judicial.

Bens
A fazenda Nossa Senhora de Nazaré é uma das propriedades que o milionário da mega sena tenta recuperar na Justiça. Hoje, a fazenda é administrada pelo pai, acusado de mandar matar o próprio filho. Desde que foi solto, Francisco Serafim não aparece no local. A propriedade, com duas mil cabeças de gado, fica a 150 km de Cuiabá.

A Justiça já determinou o bloqueio dos bens do pai, que alega estar só com os bens que lhe pertencem. “O contrato diz os bens que foram partilhados e que as despesas que eu fiz durante o período somam mais de R$ 29 milhões”, diz Francisco.

Segundo ele, o filho, de 41 anos, fez ameaças. “Ele telefonou para a mãe dele, dizendo que ele andava armado, para me matar e matar o irmão”, afirma o pai do milionário.

“Quando a pessoa não tem como explicar determinados fatos, ele passa para o ataque. É isso que estamos percebendo hoje”, justifica o advogado do milionário, Ricardo Monteiro.

Fabiano Barros, filho de Francisco e irmão do milionário, está preso, acusado de porte ilegal de armas e de participar do plano para matar o irmão milionário.

Milionário também responde a processos
Já o vencedor da Mega-Sena responde na Justiça por ameaça contra a família e também por tentativa de homicídio e por homicídio. Em 2005, um ano antes de acertar na loteria, ele estava em um bingo, em Cuiabá, e se envolveu em uma briga. Ele atirou quatro vezes, feriu um homem e matou o caminhoneiro Mário Gregório de Almeida.

O pai do caminhoneiro diz que o filho não estava envolvido na discussão, era só motorista do grupo musical do bingo. “O que eu mais desejo é que ele pague pelo crime. Ele tem que pagar na cadeia”, afirma o pai da vítima.

Segundo a polícia, o assassinato não tem relação com os conflitos familiares do milionário da Mega-Sena.

Inquérito
O Fantástico teve acesso ao inquérito que traz indícios contra Francisco Serafim de Barros.

O depoimento considerado mais importante é de José Gonçalves, um dos acusados de pistolagem. Ele contou que recebeu do pai do milionário uma foto do filho e uma quantia em dinheiro.

Mas, no depoimento, José não fala em assassinato, e sim que deveria apenas encontrar o vencedor da loteria, na capital de Mato Grosso do Sul. “Eu acredito que o delito não ocorreu porque ele não estava aqui em Campo Grande”, diz o delegado Ivan Barreira.

Francisco Serafim alega inocência, mas não descarta a possibilidade de José Gonçalves ter planejado o crime: “Ele é casado com a sobrinha da minha mulher. Se ele tomou essa iniciativa, talvez com o intuito de querer ajudar a família, é sem o meu consentimento”, declara.

O ganhador da Mega-Sena pode ficar preso por 30 anos, caso seja considerado culpado pela morte do caminhoneiro Mário Gregório.

Já Francisco Serafim, pela acusação de tramar a morte do filho, pode ser condenado a seis anos de cadeia. Não há previsão da data dos julgamentos.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/128954/visualizar/