PT apoia Silval e Dilma terá palanque único no Mato Grosso

O PT do Mato Grosso decidiu na tarde deste domingo, por 154 a 85 votos, apoiar a candidatura de Silval Barbosa (PMDB), atual governador do Estado, e a coligação formada por PR, PMDB e PCdoB. Com a decisão, a pré-candidata do PT à presidência da República, Dilma Rousseff, terá palanque único no Estado.

O encontro foi realizado na capital Cuiabá e contou com cerca de 300 delegados do partido. A definição dependia do entendimento entre os grupos da senadora Serys Slhessarenko e de Carlos Abicalil, deputado federal e pré-candidato do PT ao Senado. Após anunciada a decisão da legenda, um terço das pessoas que ocupavam o auditório (basicamente apoiadores de Sereys) deixaram a reunião.

A senadora afirmou depois da votação que o PT não está unido e que o grupo liderado por Abicalil negou o direito do partido construir a unidade. "O resultado de hoje não responde à realidade, pois, depois das prévias foi configurado um novo cenário político dentro partido", disse Sereys em relação a escolha dos delegados ter sido feita em novembro do ano passado.

A petista disse que estuda a possibilidade de entrar com uma ação contra supostas fraudes nas prévias do partido na escolha do candidato do PT ao Senado.

"É um candidato da base do governo Lula que deve esclarecer as denúncias que estão sendo feitas", disse Serys em referência às operações da Polícia Federal (PF) que investiga funcionários do governo e supostas fraudes na Funasa.

Abicalil afirmou que a decisão petista foi fruto de um debate interno no partido e rebateu as críticas de Serys dizendo que o PT foi muito atuante junto ao então vice-governador Silval Barbosa. Denuncias estão sendo apuradas pelo MP, pela PF e pela Justiça e que ninguém ainda foi punido. "As pessoas têm de ter sensibilidade para aceitar as derrotas", afirmou Abicalil, que se disse pronto para uma possível ação judicial aberta pela companheira de partido.

Abicalil foi vaiado pelo grupo de militantes ligado à Serys, cerca de metade do auditório presente, que ainda não aceitou a derrota da senadora nas prévias do partido. Depois disso, manifestantes começaram uma discussão acirrada que terminou em empurrões e tumulto.