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Agronegócios
Terça - 18 de Maio de 2010 às 06:55

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Daniela Collares
A macaúba se destaca como uma das palmeiras nativas a ser utilizada para produção de biodiesel.
A macaúba se destaca como uma das palmeiras nativas a ser utilizada para produção de biodiesel.

Palmeira nativa das florestas tropicais, a macaúba apresenta grande dispersão no Brasil e em países vizinhos, como Colômbia, Bolívia e Paraguai. No Brasil ocorrem povoamentos naturais em quase todo território, mas as maiores concentrações estão localizadas em Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, sendo amplamente espalhados pelas áreas de Cerrado. No Prosa Rural desta semana (17 a 23.05), o pesquisador da Embrapa Agroenergia (Brasília/ DF), Leonardo Bhering, fala sobre o uso da macaúba como matéria-prima para a produção do biodiesel e dos cuidados e processamento dos frutos.

Segundo Bhering, esta palmácea se destaca pelo seu potencial para a produção de grandes quantidades de óleo por unidade de área, além da possibilidade de utilização em sistemas agrossilvopastoris. Existem vários relatos de utilização tradicional da macaúba como fonte de óleo para fins alimentícios, fabricação de sabões e queima para fins de iluminação e aquecimento. Essa palmeira apresenta significativo potencial de produção devido ao elevado teor de óleo e capacidade de adaptação a densas populações. As produtividades potenciais por área assemelham-se à do dendê, podendo chegar a mais de 4 mil quilos de óleo por hectare.

O óleo extraído da polpa, com maior potencial para a fabricação de biodiesel, é dominado por ácido oléico (53%) e palmítico (19%) e tem boas características para o processamento industrial, mas apresenta sérios problemas de perda de qualidade com o armazenamento.  “Assim como ocorre com o dendê, os frutos devem ser processados logo após a colheita, pois se degradam rapidamente, aumentando a acidez e prejudicando a produção do biocombustível. As tortas produzidas a partir do processamento da polpa e da amêndoa são aproveitáveis em rações animais com ótimas características nutricionais e boa palatabilidade”, destaca o pesquisador.

Bhering aconselha aos produtores se organizarem em associações ou cooperativas para a instalação de unidades de esmagamento das matérias-primas. O óleo vegetal extraído será transportado até a usina de biodiesel e a torta resultante da extração poderá ser aproveitada pelos próprios produtores das oleaginosas, tanto para alimentação animal quanto para a utilização como adubo.

 

Saiba mais sobre o uso da macaúba como matéria-prima para o biodiesel no Prosa Rural desta semana. O Prosa Rural é o programa de rádio da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária - Embrapa, vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. O programa conta com o apoio do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome.






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