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Quinta - 13 de Maio de 2010 às 02:27
Por: Renê Dióz

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OAB está acionando policiais na Justiça. Comandante tomou conhecimento do caso, mas acha, a princípio, estranho
OAB está acionando policiais na Justiça. Comandante tomou conhecimento do caso, mas acha, a princípio, estranho

Um cabo e três soldados da Ronda Tático Ostensiva Metropolitana (Rotam) estão sendo acusados de ter espancado, na noite do último dia 2, no bairro Santa Isabel, o motoboy Gelson Alexandre, de 30 anos, até comprometer o funcionamento de seu fígado e de um rim. A família do motoboy, que está internado e sedado no Hospital Santa Helena, procurou a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mato Grosso, que imediatamente acionou judicialmente os militares. A Corregedoria da Polícia Militar (PM) também apura o caso.

O cabo Reginaldo e os soldados Barijarbas, Godoy e Covivzi teriam espancado Gelson após terem sido chamados para atender a uma ocorrência denunciada por moradores do bairro Santa Isabel. Na versão da família, o motoboy estava tomando cerveja na casa de um amigo na ocasião e o local estava movimentado pela saída e entrada de motos a todo instante. Os vizinhos teriam desconfiado da movimentação – supostamente relacionada à compra e venda de drogas – e chamaram a Polícia Militar. Gelson, segundo a família, é usuário de drogas e portava uma quantia no momento.

Quando os policiais chegaram ao local, Gelson teria se apavorado e tentou fugir pulando o muro da casa. Acabou caindo na residência ao lado, quebrando o telhado e alguns móveis. Alucinado, ele mesmo teria dito para uma moradora da casa para que chamasse a polícia. Segundo a família, as alucinações são frequentes quando ele faz uso de drogas.

Neste instante, os policiais teriam chegado, algemado o motoboy e começado a sessão de espancamento dentro da casa invadida. Eles teriam inclusive utilizado a técnica de afogamento para que Gelson confessasse o porte de uma arma de fogo, mas a família nega que ele tenha portado qualquer arma e menciona que o jovem não tem passagem pela polícia.

Em seguida, os policiais levaram Gelson a uma policlínica e ao Cisc Verdão, onde registraram boletim de ocorrência narrando violação de domicílio. Ele não passou por exame de corpo de delito.

Liberado, o motoboy foi levado para casa pelos familiares, que logo constataram que seu estado de saúde só se agravava e o levaram para o Hospital Santa Helena para exames e internação. No segundo dia, Gelson foi encaminhado a uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) sofrendo de insuficiência respiratória e sem atividades no fígado e em um dos rins. Desde então, tem de se submeter diariamente a hemodiálise, respira com ajuda de aparelhos e está sedado.

AÇÃO - Por conta do episódio, a mãe de Gelson, Orlanda Goterra Alexandre, procurou a Comissão de Direitos Humanos da OAB e a presidente Betsey Polistchuck de Miranda entrou imediatamente com uma representação junto à 11ª Vara Criminal Militar de Cuiabá com documentos embasando pedido de processo penal contra os policiais que espancaram o motoboy. Os PMs continuam trabalhando normalmente.

A família também levou o caso à Corregedoria da PM. Segundo o comandante-geral, coronel Osmar Lino Farias, o caso está sendo investigado, mas “em princípio, a denúncia não parecesse ser verdade”. Ontem, ele alegou ainda não ter elementos para falar sobre o assunto, que preferiu deixar para comentar somente a partir de hoje.






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