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Economia
Terça - 27 de Abril de 2010 às 08:14
Por: Luciana Xavier

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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que a inflação tem aumentado nos últimos meses e "fatalmente" será maior este ano do que no ano passado. Segundo ele, essa inflação é causada por fatores temporários, por choques de oferta - como o da alta do petróleo e outras matérias-primas - e que os preços tendem a se acomodar mais nos próximos meses.

 

Mantega deu entrevista após falar, ontem, a uma plateia de cerca de 300 investidores em Nova York, Segundo ele, a inflação no Brasil deve ficar ao redor de 5,3% este ano, 4,8% em 2011 e 4,5% nos três anos seguintes. "A tendência é que a inflação volte a um patamar razoável nos próximos 12 meses." Segundo ele, o Brasil pode crescer 5,5% sem pressionar a inflação.

"De qualquer maneira, o Brasil não vai permitir que a inflação volte, e estaremos tomando as medidas necessárias para que ela continue sob controle", acrescentou. De acordo com Mantega, a parte do governo está sendo feita. "Estamos reduzindo todos os estímulos fiscais implementados durante a crise", afirmou.

O ministro disse ainda que, ao contrário de outros países, nos quais o déficit nominal tem crescido, no Brasil a tendência é de que continue diminuindo e "tende a zero". Ele disse que o governo vai continuar mantendo sua política fiscal sólida.

Mantega disse ainda não acredita em "previsões exageradas" para a inflação este ano ou mesmo para crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). Ele se referiu às projeções do banco Morgan Stanley, que revisou estimativa para o crescimento do PIB este ano de 5,8% para 6,8%, na segunda revisão deste ano.

Red hot. Para a inflação, o banco elevou a projeção de 5% para 5,8%, o que forçaria o Banco Central a subir a Selic em 4 pontos porcentuais de 2010 a 2011. De acordo com o Morgan Stanley, o Brasil está "red hot", ou seja, com a economia bem aquecida.

"Não acredito em projeções exageradas de inflação de 5,8%", disse. "Até porque algumas previsões que foram feitas no passado sempre deram certo, não é?", ironizou, sem se referir diretamente ao Morgan Stanley, que chegou a prever queda do PIB de 4,5% para o ano de 2009.

A projeção do Ministério da Fazenda é de que o crescimento do PIB este ano ficará ao redor de 5,5% e a inflação, em 5,3% este ano e 4,8% em 2011. Mantega disse que o Brasil conseguiu sair fortalecido da crise e foi beneficiado pelo desempenho das empresas estatais, mas isso não significa que exista um processo de estatização da economia.

"Nem mesmo na crise o Brasil perdeu dinheiro com as estatais. Aliás, o setor público nos ajudou a sair da crise", disse Mantega. "Realmente o papel do Estado durante a crise foi mais forte, mas não deem ouvidos aos que falam de estatização da economia. Isso é argumento de ano eleitoral", disse o ministro durante o 2010 Brazil Summit, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos.






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