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Agronegócios
Quarta - 14 de Abril de 2010 às 07:10
Por: Marcondes Maciel

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Seguindo a tendência nacional, o início da safra de cana-de-açúcar, em Mato Grosso, será mais “açucareira” do que “alcooleira”. Pelo menos no começo da colheita e moagem, esta é a expectativa dos usineiros mato-grossenses. A previsão é de que a produção de açúcar aumente 8,95% este ano e, a do etanol, recue 0,85%.

De acordo com o Sindicato das Indústrias Sucroalcooleiras do Estado (Sindálcool), as usinas estarão com o esmagamento voltado mais para a produção de açúcar neste começo de safra, tendo em vista a necessidade de cumprimento dos contratos de 2009, que não foram integralmente atendidos por causa do excesso de chuvas e perda de qualidade do produto no final do ano passado.

“Para se ter uma idéia, moemos 50 milhões de toneladas a menos e ainda tivemos queda de 10 quilos por tonelada de açúcar na qualidade da cana. Moemos muita água”, explica o diretor executivo do Sindálcool, Jorge dos Santos. “Por isso teremos no início uma safra mais açucareira, depois o processo de moagem entra no seu ritmo normal”.

Segundo ele, apesar dos preços atrativos do açúcar no mercado internacional este ano, durante toda a safra as indústrias mato-grossenses deverão manter a preferência pelo álcool, à proporção de 65%, contra 35% do açúcar, devido à questão da logística. “Sem uma logística adequada não há como vendermos grandes quantidades para outras regiões ou países. O preço do frete acaba consumindo o lucro e inviabilizando uma produção em maior escala”, diz.

Em Mato Grosso, as usinas são de ciclo combinado (álcool/açúcar). No total são 10 usinas em operação. Destas, cinco produzem açúcar e etanol e outras seis apenas o etanol.

SAFRA - Sétimo lugar no ranking de açúcar e quinto no de etanol, Mato Grosso – que detém ainda a sétima posição na produção nacional de cana-de-açúcar – já está com três usinas operando nesta safra. As duas plantas da usina Novo Milênio, localizadas na região da Grande Cáceres (Lambari D’Oeste e Mirassol), e a Libra, de São José do Rio Claro, já estão esmagando cana da safra 2010/2011. As demais usinas – Barrálcool (Barra do Bugres), Coprodia (Campo Novo), Itamarati (Nova Olímpia), Pantanal (Jaciara) e Usimat (Campos de Júlio) entram em operação no decorrer desta semana. Apenas a Alcopan (Poconé) e Araguaia (Confresa) devem atrasar um pouco o início da moagem, que está prevista para o mês de maio.

Em Mato Grosso, a indústria sucroalcooleira emprega 16,71 mil pessoas diretamente, sendo 12,22 mil na área agrícola (corte de cana e outras atividades), 2,91 na indústria e, 1,57 mil, na área administrativa.

PRODUÇÃO – Este ano Mato Grosso deverá moer 14,10 milhões de toneladas de cana de açúcar, contra as 14,04 milhões do ano passado, incremento de 0,39%, segundo estimativa das usinas. (Veja quadro)

Já a safra de etanol (anidro e hidratado) deverá recuar 0,85%, com a produção caindo de 825,91 milhões de litros em 09/10 para 818,95 milhões de litros, na atual safra. A queda será motivada pela menor produção de álcool anidro (adicionado à gasolina), que deverá encolher de 271,90 milhões de litros para 254,20 milhões de litros de uma safra para a outra, recuo de 6,51%. O álcool hidratado (combustível) terá incremento de 1,95%, passando de 554,01 milhões de litros para 564,75 milhões de litros.

Com relação ao açúcar, a produção avançará 8,92% passando de 414,22 mil toneladas para 451,20 mil toneladas.

DESTINOS - A produção mato-grossense de etanol, no mercado interno, tem como destinos os estados de Mato Grosso, São Paulo, Paraná, Goiás, Rondônia, Acre, Amazonas e Pará. Já o açúcar é direcionado aos mercados de São Paulo, Paraná, Goiás, Rondônia, Acre, Pará e Amazonas. Mato Grosso possui contratos externos para a entrega de açúcar também em alguns países da América do Sul, Ásia, África e Europa.






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