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Educação/Vestibular
Segunda - 12 de Abril de 2010 às 13:53

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Divulgação/Prefeitura de Ribeirão Preto
Alunos aprendem inglês fora do horário de aulas em uma escola pública
Alunos aprendem inglês fora do horário de aulas em uma escola pública

O inglês tem sido cada vez mais exigido pelo mercado de trabalho, ainda mais com a aproximação da Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que acontecerão no Brasil.

 

Ainda não existem avaliações nacionais sobre o aprendizado da língua em escola pública, mas estudos de caso, como o feito pela professora Ana Lucia Fonseca Ducatti, dão indícios de que a área não anda bem.

Ana Lucia observou que, nas aulas de inglês do oitavo ano do ensino fundamental, a língua quase não era usada.

- A professora que participou da pesquisa ministrava a aula quase toda na língua materna [português], usando o inglês apenas ao ler em voz alta e em alguns raros momentos em que tentava interagir com os alunos.

As observações estão na pesquisa de mestrado da pesquisadora, defendida na Unesp (Universidade Estadual Paulista), no campus de São José do Rio Preto (SP). O objetivo do estudo de caso, apresentado recentemente, foi verificar a interação verbal e a prática da língua inglesa em sala de aula.

A ideia da pesquisa surgiu das experiências vividas por Ana Lucia, que também dá aulas em um colégio público e em uma escola de idiomas.

Ela decidiu acompanhar 20 aulas de uma professora que foi indicada pela coordenação de projetos de línguas estrangeiras da rede municipal de uma cidade no interior paulista.

Muitas razões

O pouco uso da língua inglesa tem muitas razões, diz Ana Lucia.

A professora escolhida tem 14 anos de experiência e um conhecimento intermediário do idioma, o que a deixa insegura para falar em inglês. Nas aulas, ela dava mais enfoque à gramática do que a situações de comunicação.

- Isso está ligado à formação que os professores recebem, que, muitas vezes, dá mais atenção à gramática. É como eles próprios aprenderam o idioma estrangeiro.

A pesquisadora também notou que tanto a professora quanto alunos tinham baixas expectativas em relação ao aprendizado. Apenas um terço dos alunos considerava que aprendia algo.

Além disso, Ana Lucia percebeu que muitas das dificuldades encontradas na escola pesquisada eram comuns na rede pública brasileira: classes numerosas, professores com duplas jornadas, poucas aulas de língua estrangeira por semana, falta de material didático ou livros inadequados, orientação pedagógica insatisfatória, entre outros.

 

Algumas alterações no jeito de ensinar poderiam fazer muita diferença, conta Ana Lúcia.

- Ir introduzindo a língua inglesa aos poucos, fazendo uso dos cumprimentos, despedidas, agradecimentos, incentivo, correção, entre outros, seria o começo de uma mudança importante. 

Níveis de conhecimento

O estudo de caso faz parte de um projeto maior da Unesp, que quer criar um exame de proficiência em línguas estrangeiras para professores, conhecido pela sigla EPPLE.

O exame vai medir os conhecimentos de professores recém-formados em cursos de licenciatura em letras no Brasil.

O resultado será dado de acordo com faixas de proficiência que poderão variar “de um nível minimamente exigido até um nível superior realisticamente almejado”.

A ideia é criar um parâmetro nacional que aponte quais são os conhecimentos desejáveis para um professor da área.





Fonte: Do R7

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