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Economia
Terça - 23 de Março de 2010 às 04:28
Por: Marcondes Maciel

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Carne: Alta acumulada de 14%
Carne: Alta acumulada de 14%

Os preços médios da carne para o consumidor cuiabano nas gôndolas dos supermercados registram alta de 14,10% para sete cortes bovinos, no período de janeiro a março deste ano, segundo levantamento realizado ontem pelo Diário junto aos principais supermercados da Grande Cuiabá. Todos os cortes pesquisados, sem exceção, estão em ascendência ao consumidor final.

O corte que registrou a maior alta foi a alcatra (25,31%), que saltou de R$ 11,89 para R$ 14,90 no período. A pesquisa aponta ainda que o coxão mole sofreu majoração de 20,29%, passando de R$ 10,79 para R$ 12,98, seguido da costela (alta de 20,04%), contra-filé (16,82%), músculo (15,99%), patinho (15,30%), filé (9,71%) e, acém, 8,70. A picanha praticamente manteve seu preço, com variação de apenas 0,05%.

Para o diretor executivo da Associação dos Proprietários Rurais de Mato Grosso (APR/MT), Paulo Resende, a alta para o consumidor não se justifica porque no mesmo período o preço médio da arroba do boi sofreu queda de 2,82%, recuando de R$ 71 para R$ 69.

“Não dá para explicar por que os preços no varejo sofrem variação para cima quando há uma queda nos preços da arroba para o produtor”, afirma Resende. Ele acredita que o comércio varejista pode estar ganhando com a majoração.

Uma fonte da Associação dos Supermercadistas de Mato Grosso (Asmat) disse ontem que os preços sofrem oscilações diárias – para mais ou para menos – de acordo com o estoque de cada estabelecimento. “A alta ocorre momentaneamente, quando os nossos fornecedores decidem mexer nos preços. A margem de lucro dos supermercados é sempre a mesma e o setor não aumentou a sua rentabilidade com a venda de carne do ano passado para cá”, sustenta um supermercadista.

Outro detalhe citado por ele é que 70% das carnes vendidas nos supermercados sempre estão na promoção. “Os preços que hoje estão fixados na gôndola podem ser outro amanhã, pois os supermercados estão constantemente fazendo promoções para determinados cortes. Não podemos considerar pesquisas momentâneas como parâmetro de preços, que variam de um dia para outro”.

PECUARISTAS – Os pecuaristas admitem que a oferta de gado diminuiu nos últimos meses, porém, não há falta de estoque para atender ao mercado. “Temos mercadorias em quantidade suficiente e não há risco de desabastecimento”, garante Paulo Resende, da APR/MT.

Ontem a arroba do boi estava cotada por R$ 69 - média estadual - e de R$ 66 para a vaca nas principais regiões do Estado. Na região de Barra do Garças e Rondonópolis, os frigoríficos chegam a pagar até R$ 71 para o pecuarista.

De acordo com os criadores, a diferença de preços entre as regiões produtoras tende a diminuir com a habilitação total do Estado ao consumo europeu, mas o fator logístico ainda atrapalha.

“O problema não é somente liberarmos [carne in natura para exportação], mas resolvermos o nosso principal gargalo, que é a logística. A distância entre o frigorífico e o centro consumidor vai continuar existindo e precisamos resolver este problema para que o produtor e a indústria possam ter seu produto mais valorizado no mercado”, destacam os analistas.

Segundo eles, a abertura da Europa quer dizer que a sobra de carnes especiais que estavam em oferta no mercado – como filé mignon, alcatra, picanha e contra-filé – passará a ser consumida também pela União Européia. “Estes cortes, provavelmente, saíram de oferta nos supermercados e por isso já esperávamos uma pequena alta para o consumidor. Quanto aos demais cortes, não há nada que justifique a elevação nos preços”, pontua.

ESTUDO - Em dezembro do ano passado um estudo inédito realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) a pedido da Associação dos Criadores do Estado (Acrimat), revelou que de cada R$ 100 gastos na aquisição de cortes bovinos no varejo, R$ 27 equivalem diretamente ao preço da produção da carne. De acordo com a entidade que representa os pecuaristas, o objetivo do estudo foi um só: desmitificar “algumas lendas” da cadeia pecuária de corte, por meio da análise do comportamento do preço da carne bovina no Estado, da ponta produtiva à comercial, verificando qual setor obtém a maior fatia do preço pago pelo consumidor.






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