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Repórter News - reporternews.com.br
Politica MT
Segunda - 22 de Março de 2010 às 17:13

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O deputado federal Carlos Abicalil, considerado um dos mais influentes na Câmara dos Deputados, foi listado entre os petistas que estão contra o presidente Lula, responsável direto pela candidatura da ministra Dilma Rousseff. No início do mês, a direção nacional do partido avisou que considera as prévias regionais “politicamente inoportunas” neste momento. Porém, o deputado insiste em ser candidato ao Senado, vaga ocupada atualmente por Serys Slhessarenko. Abicalil, segundo a revista “IstoÉ”,  parece não ligar para o que pensa o presidente Lula.

“O PT é um partido de todos os petistas. São eles que vão decidir quem é o melhor candidato para disputar este ou aquele cargo” – disse o deputado federal, que se elegeu e reelegeu com o slogam “Abicalil, o federal de Lula”. Carlos Abicalil faz parte da corrente majoritária Construindo um Novo Brasil, a antiga Articulação. Do grupo fazem parte do secretário Saguas Moraes, de Educação, que é deputado estadual licenciado, e Alexandre César, que ocupa a vaga de suplente na Assembléia Legislativa.

Da sombra de Abicalil  emerge  também a figura contraditória de José Dirceu, ex-ministro da Casa Civil, responsável pelo escândalo do “Mensalão”.  Embora negue, o que se comenta é que Dirceu planeja montar uma “base” dentro do Congresso Nacional com pessoas de sua restrita confiança para influenciar no Governo ou firmar oposição. Abicalil seria um deles.

Em verdade, nos bastidores, petistas argumentam que o presidente não deveria se intrometer nos diretórios regionais. Lula, por sua vez, está furioso. “Por mais que insista na importância do projeto nacional, normalmente o que acontece é que cada um olha para o seu umbigo e prevalecem as questões dos Estados” - desabafou o presidente Lula em conversa com aliados.

Abicalil apresentou sua candidatura ao Senado Federal dois dias antes de assumir a direção do Partido dos Trabalhadores no Estado pela segunda vez. Lastreado por maioria conquistada no Processo de Eleição Direta (PED), lançou como  argumento o fato de que teria melhores condições para ampliar a base de votos do partido. As pesquisas eleitorais, no entanto, dizem diferente. No Prodata/Folha, por exemplo, a senadora vence em 89 cidades e tem boa vantagem sobre Abicalil. Na última pesquisa do Instituto Centro-Oeste para o Senado, no fiml do ano passado, Shlessarenko teve 31,4% das intenções de voto, contra 23,81% de Abicalil. 

Fora as pesquisas, o presidente do PT enfrenta a furia de vários segmentos dentro da sigla. Correntes e movimentos mais ligados as bases  fundamentalistas do PT não aceitaram a idéia do parlamentar federal. A senadora Serys também não.

 “Sou a candidata natural. Nunca vi uma senadora, no exercício do cargo, não ter prioridade para se reeleger”- disse Serys. Ela afirmou que o argumento de Abicalil não convence e seu mandato sempre cumpriu com as recomendações partidárias e na defesa política. “Tenho um mandato bem avaliado, elogiado inclusive pelo próprio deputado Abicalil em sessão do Congresso Nacional. Por isso, não entendo essa candidatura dele. Eu seria extremamente contraditória com o meu mandato se aceitasse” – disse.

A prévia no PT de Mato Grosso está marcada para o dia 18 de abril. Serys e Abicalil confirmaram a inscrição na disputa, enquanto aguardam um entendimento vindo da direção nacional. O presidente do PT, José Eduardo Dutra, tenta convencer pelo entendimento. Serys acha que seja possível desde que seja “pelo projeto da reeleição, minha como senadora, de Abicalil como deputado federal”.

Além de Mato Grosso, há um quadro de disputa em Pernambuco e Rio de Janeiro. Houve também prévia do PT para o Governo do Distrito Federal, realizada domingo. Lá venceu  Agnelo Queiroz.






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