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Terça - 16 de Março de 2010 às 01:02

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Maria Eduarda recebeu o fígado de Fernanda.
Maria Eduarda recebeu o fígado de Fernanda.

A morte de uma menina em Cuiabá mostrou mais uma vez como o Brasil ainda precisa melhorar o sistema de captação de órgãos para transplantes, mas mostrou também como esse gesto pode produzir benefícios para muita gente.

Fernanda, de um ano e dez meses, ficou duas semanas internada. Assim que os médicos confirmaram a morte cerebral, a família resolveu doar os órgãos. Na primeira pesquisa, a Central Nacional de Transplantes não encontrou nenhum receptor compatível.

"Não acredito que num país desse tamanho, com tanta criança na fila, não tenha uma que seja compatível com minha filha", disse Sirlei Rossi, mãe de Fernanda.

O pai falou por telefone com um funcionário da central de transplantes. E as notícias não foram boas. "[Ele] explicou que não tinha avião, não tinha jeito de ir. Me mandaram um documetno alegando que a idade da minha filha e a distância seriam empecilhos", disse Aguinaldo Aparecido Rossi, pai de Fernanda.

Além disso, havia outro problema. Em Mato Grosso, não há médicos credenciados para fazer transplante em crianças. Os profissionais teriam que vir de outro estado. 

Os médicos mantiveram alguns aparelhos ligados para preservar os órgãos de Fernanda. No último sábado, cinco dias depois da morte, a surpresa. Numa nova pesquisa, a central de transplantes localizou uma criança que precisava dos órgãos.

Maria Eduarda, de dez meses de vida, estava a 1.700 quilômetros de distância, em Curitiba, no sul do Brasil. O estado de saúde dela era grave. "Ela não teria chance de sobreviver por mais aguns meses", disse o médico Julio César Widerkehr.

Uma operação de emergência foi montada. O Ministério da Saúde providenciou um avião da Força Aérea Brasileira que saiu de Curitiba. Enquanto os médicos do Paraná estavam voando para Cuiabá, Fernanda era transferida para o hospital onde iria acontecer a cirurgia.

Já era madrugada quando a equipe médica voltou para Curitiba levando alguns órgãos de Fernanda. O fígado salvou a vida de Maria Eduarda.

"Que ela tenha saúde, que consiga fazer o que minha filha não fez. Ter filhos, cursar uma universidade", dsse o pai de Fernanda.

Os rins foram levados para Porto Alegre. Duas crianças receberam o transplante: uma de 6 e outra de 12 anos.






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