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Agronegócios
Sexta - 05 de Março de 2010 às 03:16
Por: Jonas da Silva

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Avanço no volume produzido no Estado será decorrente da ocupação de áreas de pastagem não mais usadas pela pecuária
Avanço no volume produzido no Estado será decorrente da ocupação de áreas de pastagem não mais usadas pela pecuária

A produção de soja e milho em Mato Grosso terá forte expansão até 2020, segundo projeção de cenário para a agricultura brasileira divulgada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) nesta quinta-feira (4). Os dois produtos sairão de um total 26,045 milhões de toneladas na safra 2008/2009 para 43,649 milhões de toneladas daqui a 10 anos. O maior percentual de crescimento será do milho (94,3%), passando de 8 milhões (t) para 15,7 milhões (t) entre os 2 ciclos. A soja terá aumento de produção de 55,6% (de 17,96 milhões/t para 27,944 milhões/t). Os dados divulgados pelo ministério são semelhantes ao levantamento apurado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), ligado ao setor produtivo.

O coordenador da pesquisa e de Planejamento Estratégico do Mapa, José Garcia Gasques, diz que os números futuros da produção de Mato Grosso "impressionaram de forma positiva". "A área de soja em Mato Grosso, pela projeção, será maior em 2,5 milhões de hectares, metade da do Brasil", relata. "A expansão no Brasil e Mato Grosso se deve à demanda do crescimento do mercado interno e à exportação global de proteína", aponta se referindo aos motivos que levam à projeção significativa.

O superintendente do Imea, Seneri Paludo, informa que os números semelhantes estimados pelo Mapa e pelo Imea mostram ainda que haverá crescimento do plantio da soja em áreas que não são mais utilizadas pela pecuária. "Na soja, o ganho de área vai acontecer naquelas que eram usadas para pastagens. Não vai haver abertura de novas áreas para produção agrícola". Um estudo do instituto mostra que há no Estado 9,5 milhões de hectares de pastagens degradadas, mais do que é utilizado pela agricultura (6,5 milhões/ha).

Paludo acrescenta ainda que o avanço da produção no campo na próxima década pode ser chamado segundo ciclo da agropecuária, quando ocorre a transformação de produtos primários em mais elaborados, dentro do Estado. E combinado com outras atividades do agronegócio geram agregação de valor. Isso acontece com a industrialização de soja e do milho para fonte de alimentação de aves e suínos.

Ao mesmo tempo em que o setor comemora o avanço nas culturas, está apreensivo quanto à falta de infraestrutura para transportar a produção agrícola. O diretor da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Valdir Corrêa, endossa o cenário como realidade possível e que não está fora do monitoramento da organização. "Se daqui 10 anos, os produtores tiverem apoio do governo para recuperar pastagens degradadas e infraestrutura, será a nossa realidade". Mas alerta para a falta de logística. "Nós vamos produzindo e o governo vai arrastando atrás. Nós estamos de avião e o governo de carroça", comenta sobre o descompasso entre produção e investimentos.





Fonte: A Gazeta

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