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Agronegócios
Quarta - 03 de Março de 2010 às 06:52
Por: Marcondes Maciel

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A safra de soja 09/10 vai chegando à reta final de colheita, deixando como marca a certeza de que esta foi uma das temporadas mais caras da história para os sojicultores mato-grossenses. De acordo com a Associação dos Produtores de Soja e milho do Estado (Aprosoja), o custo vai se firmando 20% acima do previsto devido à desvalorização do dólar, ao aumento do salário mínimo, variação sobre o preço do óleo diesel e principalmente, por conta da necessidade de pelo menos uma aplicação a mais de fungicida para combater a ferrugem asiática.

No ano passado, no momento em que esta safra era planejada, projeta-se custo total de cerca de R$ 1,3 mil. “Mas, na ponta o percebemos, é que esse número já passa de R$ 1,5 mil em muitas regiões”, analista o diretor administrativo da Aprosoja/MT, Carlos Fávaro.

Em comparações isoladas, somente a necessidade de uma aplicação a mais está elevando o custo desta operação de R$ 95 para R$ 131 por hectare, uma alta de 37%.

Em relação ao câmbio, esta safra está 15% mais cara. “Tivemos uma elevação no custo devido à forte queda do dólar em relação ao real, pois à época do plantio os insumos foram adquiridos ao câmbio de R$ 2,10, contra a atual cotação de R$ 1,79”, completa Favaro.

Não bastassem os problemas no câmbio e com a ferrugem, os produtores estão colhendo a safra com uma das cotações mais baixas dos últimos anos, queda média de 25% nas principais regiões produtoras do Estado. De acordo com as estatísticas do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), em Sorriso (460 quilômetros ao norte de Cuiabá) a saca da soja está sendo comercializada por R$ 25, contra R$ 33,50 pagos nesta mesma época do ano passado. Em Sapezal (460 quilômetros ao noroeste de Cuiabá), os preços encolheram de R$ 34,60 para R$ 27,50/saca. Nas regiões sul e leste, a queda também foi registrada na mesma proporção. Rondonópolis (210 quilômetros ao sul de Cuiabá), teve os preços reduzidos de R$ 38,50 para os atuais R$ 29,20 e, Primavera (239 quilômetros ao leste da Capital), está com a saca da soja cotada a R$ 28, contra R$ 37,50 no dia 2 de março de 2009.

CUSTOS – Segundo o executivo da Aprosoja/MT, os custos dos insumos em dólar se mantiveram, porém o câmbio desequilibrou as contas para o produtor. “Quando trazemos os custos dos insumos para real, o produtor acaba precisando de mais soja para pagar”.

Na avaliação de Fávaro, o cenário este ano está mais difícil para o produtor. “Se no ano passado o produtor achava margens para lucro, este ano o produtor não irá auferir ganho com a comercialização da soja devido a um conjunto de fatores como defasagem cambial, baixos preços e custos elevados em real”, disse ele.

Na lista das quatro regiões onde plantar soja é mais caro em Mato Grosso aparecem Campo Verde (custo de R$ 1.725,81), Sapezal (R$ 1.606,59), Sorriso (R$ 1.575,10) e Diamantino (R$ 1.526,29). (Colaborou Marianna Peres)






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