Como Mariano Travassos cumprirá mais de 50% do tempo de gestão, o Pleno precisa realizar nova eleição e, dentro de um acordo entre desembargadores, o vice Paulo Cunha, vai ser escolhido presidente
TJ faz nova eleição na próxima 3ª e Paulo Cunha será eleito presidente
O vice-presidente do Tribunal de Justiça, desembargador Paulo Cunha, que recebeu alta do hospital após alguns dias com sintomas de dengue, deve ser o escolhido pelo Pleno, na sessão da próxima terça (2), como sucessor de Mariano Travassos. Na sessão será feita nova eleição à presidência. Isso acontece porque o atual presidente cumpriria exatos 50% do tempo de sua gestão apenas na segunda, 1º de março, o que impede que Cunha assuma automaticamente seu posto na Mesa Diretora. O mandato é de dois anos. Paulo Cunha, tido como linha dura, é oriundo do Ministério Público. Em meio ao novo escândalo que levou 10 magistrados para a aposentadoria compulsória, três deles desembargadores, o desembargador assume a presidência do TJ com a missão de resgatar a imagem do Judiciário.
Travassos foi punido pelo Conselho Nacional de Justiça na última terça (23), assim como os desembargadores José Tadeu Cury e José Ferreira Leite e ainda os juízes Marcelo Souza de Barros, Irênio Lima Fernandes, Antônio Horácio da Silva Neto, Marcos Aurélio dos Reis Ferreira, Juanita Cruz Clait Duarte, Maria Cristina de Oliveira Simões e Graciema Caravellas. Foram acusados de desviar R$ 1,5 milhão de recursos públicos. Receberam os valores a título de verbas atrasadas e de devolução do Imposto de Renda. O dinheiro foi depositado na conta corrente dos juízes e desembargadores e utilizados para socorrer a Loja Maçônica Grande Oriente.
O esquema começou em 2003, quando os envolvidos criaram uma cooperativa de crédito vinculada à maçonaria, da qual o ex-presidente do TJ Ferreira Leite era grão-mestre. Eles foram denunciados em 2008 pelo ex-corregedor do TJ, desembargador Orlando Perri, por desvios de verbas e materiais na construção do Fórum de Cuiabá e favorecimento em licitação e tráfico de influência envolvendo desembargadores. As denúncias envolvendo supostos pagamentos ilegais a magistrados e desembargadores expuseram um racha sem precedentes na cúpula do Judiciário de Mato Grosso e ganharam destaque nacional. O Pleno do TJ é composto por 30 desembargadores. Cada um deles recebe salário de R$ 22 mil e mais uma série de regalias e privilégios. Já presidente ganha R$ 24 mil.
Comentários