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Agronegócios
Quinta - 25 de Fevereiro de 2010 às 22:00

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A safra de soja do Brasil em 2009/10 deverá atingir ao menos 65,5 milhões de toneladas, estimou nesta quinta-feira o presidente da Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), Carlo Lovatelli, que avalia também que essa previsão poderá sofrer um ligeiro aumento.

"Houve algumas pequenas quebras no Paraná e no Mato Grosso do Sul por chuva na hora errada, na colheita, um pouco de seca, mas são coisas pontuais e localizadas. Então 65,5 [milhões de toneladas] é um bom número", afirmou Lovatelli em entrevista à agência de notícias Reuters.

"Podemos nos surpreender um pouquinho, mas não muito além disso, acho que 67 [milhões de toneladas] é um pouco otimista demais", acrescentou ele, referindo-se à atual previsão do Ministério da Agricultura, de 66,7 milhões de toneladas.

A avaliação de Lovatelli sobre a safra brasileira é, entretanto, mais otimista do que a feita pela entidade que dirige no início deste mês, quando pesquisa com os associados da Abiove resultou em uma previsão de safra de 65,2 milhões de toneladas. "Vejo um viés de alta", completou ele.

Em 2008/09, o Brasil produziu 57,1 milhões de toneladas, segundo o ministério.

A safra 09/10 do Brasil está sendo colhida. Agricultores do país, o segundo produtor mundial, colheram cerca de 20% da área cultivada, que cresceu 6,7% nesta temporada ante o período anterior, segundo o ministério, para 23,2 milhões de hectares.

Preços

Na avaliação de Lovatelli, os preços estão em níveis "razoáveis" e devem se manter entre US$ 9 e US$ 9,5 por bushel (base bolsa de Chicago).

"O mercado está aquecido, apesar da grande oferta deste ano", lembrou ele, apontando para as safras recordes de Estados Unidos, Brasil e Argentina em 09/10.

Lovatelli afirmou que a China continua importando volumes elevados do grão e deve, na opinião dele, manter o ritmo de crescimento em 2010. "O consumo per capita está aumentando, a qualificação de alimentos na China mudou, as pessoas estão comendo melhor e mais", disse.

Em 2009, os chineses importaram 42,5 milhões de toneladas de soja em grão, disse Lovatelli, um volume "assustadoramente maior" do que os 38 milhões de 2008, segundo ele.

Os chineses, maiores importadores de soja do mundo, são os principais compradores também do produto brasileiro.

Já os europeus, os principais clientes do farelo de soja do Brasil, estão firmes nas compras, apesar de recentes problemas financeiros que abateram o continente.

"A Europa, apesar da crise, está mantendo os níveis de importação de farelo, que são bastante grandes. Então a coisa está indo relativamente bem. Vejo 2010 como um ano bom em termos produtividade, bons em termos de volume e talvez de preço, com viés de baixa, mas que não está sinalizando baixa muito radical não", disse.

Ele avalizou os atuais números de previsões de exportações do Brasil de soja e farelo da Abiove, que devem ficar nesta temporada em 27,1 milhões e 12,3 milhões de toneladas, respectivamente.

Preços menores, admitiu ele, podem afetar os produtores de Mato Grosso, o principal produtor do Brasil. "Quando começa a dar um pouco de problema na soja, começa no norte de Mato Grosso, porque o componente de logística é de longe a maior de todos os custos, a logística no Brasil nos come pela perna", explicou. "Na hora que o preço está equilibrado, eles sentem lá, mas eles não estão mal, já teve fase muito pior lá."





Fonte: Reuters

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