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Educação/Vestibular
Quinta - 25 de Fevereiro de 2010 às 06:44
Por: Raquel Ferreira

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Estudantes e professores reclamam da falta de infra-estrutura na escola, onde falta até água
Estudantes e professores reclamam da falta de infra-estrutura na escola, onde falta até água

O calor dentro das salas na Escola Estadual Bela Vista, no bairro de mesmo nome, obriga os estudantes à assistirem aulas no pátio do colégio ou embaixo de árvores. Para piorar a situação, mesmo com o clima quente de Cuiabá, o bebedouro da instituição está estragado e os alunos levam água gelada de casa. A situação é mais grave no período da tarde, período em que 250 adolescentes estão matriculados. Estudantes e professores pedem providências da Secretaria de Estado de Educação (Seduc). A escola funciona em um prédio alugado, coberto com telhas de amianto. Os ambientes não possuem forro e a ventilação é precária, aumentando a temperatura das salas. Dar aula do lado de fora da sala foi a solução encontrada pelos professores que também sofrem com a falta de estrutura.

O professor de Matemática Castelino Roberto da Silva classifica a situação como desumana e afirma que em 27 anos de atuação na rede pública nunca havia se deparado com um descaso tão grande em relação aos estudantes. "As salas são verdadeiras prisões, fechadas e quentes. A administração pública sabe disso, mas não toma providência. Isso não é novidade, o problema existe há anos".

Com os alunos do lado de fora da sala, a professora Stela Cordeiro tentava ministrar aula de Língua Portuguesa aos estudantes da 8ª C, porém destaca que o rendimento fica comprometido. "O ventilador não é suficiente e os adolescentes não conseguem ficar em sala, querem sair toda hora. Se aqui está quente, imagina dentro da sala".

As estudantes do 1º ano Caroline Almeida, 16, e Daise Regina Barbosa, 16, reclamam da falta de água gelada para beber. Para resolver a situação, os estudantes congelam água em casa e levam para a escola. "Não tem como estudar desse jeito. O ventilador joga todo ar quente em nós", explica Caroline.

A adolescente Eulina Izabel de Oliveira Cardoso, 13, conta que ano passado a diretoria da escola convocou os alunos para forrar as salas com papelão para que os condicionadores de ar da escola pudessem ser ligados. Apesar do esforço, o calor não foi embora porque os aparelhos estão estragados.

Eulina aponta outros problemas na estrutura da escola que teve um muro derrubado com as chuvas e até agora não foi feito o conserto. "Muitas vezes não tem água para beber e quando tem é quente. Tem gente que passa mal com essa água".

A presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Ensino Público (Sintep-Cuiabá), Helena Maria Bortolo, comenta que tenta marcar uma reunião com a Seduc para chegar a uma solução emergencial.

Creche - O calor excessivo também prejudica as crianças da creche municipal Amália Curvo Campos, onde a administração colocou como prioridade a aquisição de mais ventiladores. "Não tem saída. De manhã o calor é maior de um lado, a tarde é do outro", comenta a diretora Cristina Izabel Benitez.

A educadora Joanice Silva comenta que as crianças sofrem com a situação, muitas não conseguem dormir com o calor. "Elas ficam muito agitadas e temos que nos desdobrar ainda mais".

Outro lado - O diretor da escola João Antunes admite que existem muitas reclamações dos estudantes e professores sobre o calor, mas afirma não ter uma solução para o problema. "Será construída uma nova sede, tem que esperar".

O secretário-adjunto de Estrutura Escolar, Ezequiel Fonseca, reafirma o compromisso da construção de uma nova sede, com estrutura que minimiza o calor interno das salas. Ele destaca que a Seduc não dispõe de uma política de climatização das unidades escolares, mas o órgão já atua num projeto com essa característica.





Fonte: A Gazeta

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