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Agronegócios
Segunda - 22 de Fevereiro de 2010 às 08:45

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Em janeiro deste ano, o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea) desenvolveu o Programa de Incentivo a Cultura do Girassol (Prossol), apresentado ao governo do estado com objetivo de impulsionar a atividade, tornando-a mais expressiva no cenário agrícola estadual, a exemplo da soja, milho e algodão. O programa visa identificar e reduzir os principais entraves em todos elos da cadeia, como falta de incentivos para a saída do produto in natura para indústrias de outros estados e também para os já industrializados em Mato Grosso.

Segundo estudos, com o incentivo fiscal, o plantio de girassol tornar-se-ia mais atrativo no estado, inclusive aumentando o potencial de arrecadação tributária. O girassol é uma planta de origem européia que se adaptou bem ao Cerrado e que ocupa uma janela de plantio diferente do milho, cultura mais utilizada para a entressafra da soja na região (a chamada safrinha). O plantio do milho deve ocorrer até 20 de fevereiro para que a planta receba as últimas chuvas do semestre. Já o girassol desenvolve-se melhor em climas secos e por isso deve ser plantado entre 20 de fevereiro e 15 de março.

De acordo com Seneri Paludo, superintendente do Imea, o girassol pode ser considerado como não conflitante com as demais culturas plantadas na safrinha, como o milho por exemplo, que já ocupa cerca de 30% da área de soja e deve manter a mesma participação. Segundo ele, analisando o comparativo de área com girassol no país, vê-se que a representatividade de Mato Grosso é de 59% na safra 2009/10. Mas, na safra 2005/06 esse percentual era bem inferior, chegando a 26%. O que significa que houve um incremento na área de 159% no período e sem interferência em outras culturas, comprovando a viabilidade do girassol. Paludo diz ainda que os números de levantamentos de 2005 a 2008 impressionam ainda mais, os dados apontam para um crescimento de 278% no estado. Entretanto, de 2007 a 2008 foram registradas baixas de 32%, mantendo-se nos mesmos níveis até hoje, estimados em 61,3 mil toneladas.

Segundo dados levantados pela Fundação Rio Verde, em 2008 o produtor teve um custo variável por hectare oscilando entre R$ 433,22 para média tecnologia a R$ 713,90 para alta tecnologia, considerando produtividade média de 22 a 32 sacas por hectares, respectivamente. Para o ano safra 2009/10, os custos de produção giraram algo em torno de R$ 550,00 a R$ 650,00 por hectare (média e alta, respectivamente), valor muito similar ao trabalhado na safra anterior. Deste modo, levando em consideração uma produtividade média de 27 sc/ha, o custo médio encontra-se estimado em R$ 22,22 por saca, enquanto os preços da saca do grão oscilam entre R$ 25,00 a R$ 28,00 no mercado disponível, o que mostra rentabilidade positiva para a cultura.

Todavia, apesar desse cenário, o mercado mato-grossense do girassol padece de liquidez pelo simples fato de seu consumo ainda estar restrito a nichos de mercado e somado ao fato de que poucos compradores atuam nesse segmento. (WT)





Fonte: A Gazeta

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