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Agronegócios
Segunda - 22 de Fevereiro de 2010 às 03:59
Por: Wisley Tomaz

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Estado campeão também no cultivo de girassol
Estado campeão também no cultivo de girassol

Apresentando-se no cenário mato-grossense como outra alternativa de cultura para segunda safra - mais conhecida como safrinha - o girassol coloca o estado como campeão em mais uma atividade agrícola. Na safra 2009/2010 foram plantados 26 mil hectares (ha) no município de Campo Novo do Parecis (400 Km a Noroeste de Cuiabá). As expectativas para este ano é de que a área seja mantida, o plantio ainda não iniciou completamente em função do excesso de chuvas.

Mato Grosso tem a maior área plantada do Brasil, o Rio Grande do Sul é o segundo maior produtor de girassol do país com 23.700 hectares. De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), analisando o comparativo de área no Brasil, percebe-se que a representatividade de Mato Grosso no cenário nacional é de 59% na safra 2009/10. Este percentual era inferior na safra 2005/06, chegando a 26%. Dessa forma, o Estado apresentou incremento de sua área em 159% de 2004/05 a 2009/10.

O gerente executivo do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis, Antônio de la Bandeira, explica que este resultado positivo se dá em função das condições climáticas, do solo e também dos investimentos dos agricultores, que se uniram para a criação da Parecis Alimentos S/A, primeira empresa da região no beneficiamento da oleaginosa. Segundo o gerente executivo, o projeto da Parecis começou a ser elaborado em 2008 com 44 cotistas que investiram no empreendimento recursos próprios. Hoje, eles têm uma cota compulsória de plantio de girassol e a área total plantada ficou em 17,6 mil hectares na última safra. Contudo, ainda há outras empresas que investem no girassol naquela localidade, como a Ferrari Alimentos, Caramuru, Yoki Alimentos, entre outras, o que fez com que o total de área plantada chegasse aos 26 mil hectares naquele município.

A Parecis faz o chamado esmagamento mecânico, não o químico. Na comparação, a prensagem tem a desvantagem de manter cerca de 10% do óleo na torta resultante. O girassol tem 45% de teor de óleo, enquanto a soja 18%. Por outro lado, a vantagem é que o processo mecânico é bem mais barato. O projeto da Parecis prevê a utilização do farelo para fabricação de ração. Para o óleo, o plano é a comercialização no mercado interno, mas, no futuro, a companhia pretende envasá-lo para venda no varejo, com uma marca própria. O óleo também pode ser vendido a fabricantes de biodiesel.

A produção do girassol possui várias potencialidades entre elas a redução de pragas da soja e o controle de nematóide de cisto (uma das principais doenças de indução a redução da produtividade nas últimas safras). Além disso, possui um alto poder de reciclagem de nutrientes e alto teor de óleo para a produção de biodiesel. A cultura possui ainda adaptabilidade ao Cerrado e facilidade de se adequar ao clima com tolerância hídrica, o que diminui os riscos de perda de safra por fatores climáticos.

O girassol possui diversas finalidades, as principais são óleo comestível, biocombustível e torta para alimentação animal, sendo que a mais utilizada em Mato Grosso é para óleo comestível destinado ao estado de São Paulo.

Entretanto, de acordo com as produtores que atuam no setor, a cultura ainda tem alguns entraves, tais como o alto custo do frete e falta de incentivos fiscais, que acabam dificultando a expansão e a consequente instalação de novas esmagadoras, o que certamente resultaria em um maior desenvolvimento da cultura no Estado.





Fonte: A Gazeta

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