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Economia
Quarta - 10 de Fevereiro de 2010 às 17:24

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O aquecimento da economia neste ano fará com que o Banco Central eleve a taxa básica de juros do país, a Selic, a partir do segundo trimestre, preveem os bancos brasileiros. De acordo com pesquisa divulgada pela Febraban (Federação Brasileira de Bancos) nesta quarta-feira, a maioria das instituições projeta que a taxa suba dos atuais 8,75% ao ano para 9,25% na reunião de 28 de abril.

Esse movimento de aperto monetário deve continuar, de acordo com a pesquisa, até o fim do ano, com a Selic fechando 2010 em 11% ao ano. O economista-chefe da Febraban, Rubens Sardenberg, ressaltou, porém, que a alta dos juros não deve prejudicar o crescimento da economia. "Os juros sobem para moderar, não para reverter o crescimento."

As projeções das instituições financeiras brasileiras mostram um aumento na variação do PIB (Produto Interno Bruto) prevista para este ano, de 5,1% na pesquisa de dezembro para 5,3%. A elevação foi registrada nos três setores que compõem o PIB: agropecuário (de 4,2% para 4,3%), industrial (6,4% para 6,9%) e serviços (de 4,2% para 4,5%). Em 2011, segundo Sardenberg, o mercado bancário prevê uma "ligeira acomodação" do crescimento do PIB, para 4,5%.

Além disso, em linha com as projeções divulgadas pelas instituições nos últimos dias, a pesquisa da Febraban aponta uma perspectiva de aumento do crédito em 2010. A carteira total deve registrar crescimento de 20,6% neste ano, sendo 19,1% de recursos direcionados e 21,3% de recursos livres. Essa relação será inversa à apresentada no ano passado, quando os empréstimos com recursos direcionados, puxados pelas operações do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), lideraram o aumento.

"Os números do crédito apontam a disposição dos grandes bancos de aumentar suas carteiras neste ano", disse Sardenberg.

O volume de crédito para as pessoas físicas deve apresentar elevação de 19,9%, de acordo com os bancos, enquanto os empréstimos para empresas vão crescer 22,7% --contra um aumento de apenas 1,2% em 2009. De acordo com Sardenberg, as pequenas e médias empresas devem puxar esse crescimento.

Comércio exterior

O destaque negativo entre as projeções foi a balança comercial, cuja expectativa de superavit passou de US$ 11 bilhões na pesquisa de dezembro para US$ 9,5 bilhões na pesquisa de fevereiro. Em 2009, o saldo comercial ficou positivo em US$ 25,3 bilhões.

Segundo o economista-chefe da Febraban, essa piora se deve a dois fatores paralelos: enquanto o aquecimento da economia brasileira deve aumentar as importações do país, as exportações terão ainda resultado fraco, já que a economia mundial se mantém em ritmo mais lento.

"A economia mundial mais fraca impacta a quantidade de exportações e o preço das commodities", explicou. Para 2011, a previsão é de superavit de apenas US$ 4 bilhões.

Sardenberg ressaltou que o pessimismo com a economia dos Estados Unidos continua. Ainda assim, a previsão para o crescimento do PIB norte-americano neste ano subiu de 2,1% para 2,3%.

Ainda de acordo com a pesquisa da Febraban, a taxa de juros básica dos EUA deve voltar a subir neste ano, fechando em 0,8% --atualmente, os chamados Fed Funds se encontram em uma banda entre zero e 0,25%.






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