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Quarta - 10 de Fevereiro de 2010 às 09:50
Por: Romilson Dourado

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A briga política e jurídica entre Carlos Avalone e Antero Paes de Barros, que eclodiu nova crise no PSDB neste início de pré-campanha eleitoral, foi motivada por dois comentários ofensivos feitos pelo ex-senador em seu programa na TV Cuiabá (Rede TV!), um em 8 de outubro e outro em 15 de dezembro do ano passado. Antero tem se posicionado contra a pré-candidatura de Avalone a deputado. As divergências são tão fortes que ambos estão rompidos politicamente e declararam guerra até nos tribunais. A queixa-crime foi protocolada por Avalone no final do mês passado. O processo tramita na Juizado Especial Criminal Unificado de Cuiabá.

Na ação, o engenheiro civil, empresário do ramo de usinas hidrelétricas, ex-secretário no governo Dante de Oliveira e suplente de deputado estadual denuncia que Antero cometeu injúria e calúnia. Apresentou à Justiça cópia em DVD do "Programa do Antero", em que o apresentador o esculhamba. Num dos comentários, Antero afirma que Avalone fez um acordão com a deputada Chica Nunes (ex-PSDB e hoje DEM) para esta se licenciar do cargo e assim abrir vaga para o suplente. Esse acordão, segundo o ex-senador, "desmerece a política". "Em tempos normais, isso seria absolutamente normal. Ocorre que este entendimento é exclusivamente para permitir que o empresário e deputado Avalone ganha (sic) imunidade parlamentar e, com isso, não responda (sic) mais ao processo da Operação Pacenas na Justiça da primeira instância". O ex-senador se referia à acusação de que Avalone, preso durante uma semana, teria envolvimento em fraudes nas licitações das obras do PAC.

Em outro momento, Antero afirma o seguinte: "(...) Chica Nunes e Avalone celebraram o acordo, isso é o mesmo que dizer publicamente que o mandato parlamentar serve para impedir que se responda (a) processos na Justiça" e "(...) tudo isso cheira muito mal. Isso aí, ao invés de ser um instrumento de defesa pra quem precisa da opinião pública, pra quem precisa do voto, é quase uma confissão. Os errados se unem para impedir que a Justiça seja feita, triste papel (...)".

Quase dois meses depois, em 15 de dezembro, Antero volta a cutucar o colega do PSDB. Desta vez chama Avalone de dublê de político. "(...) contra empreiteiras que, pelas gravações, foram lideradas pelo dublê de político e de empreiteiro Carlos Avalone, embora o próprio dublê de político e empresário Carlos Avalone, ele, numa estratégia de contrariar a nossa pregação, inclusive de que marketing é verdade, que comunicação é verdade, ele tem procurado a imprensa pra dizer que foi proclamada a inocência dele. É preciso deixar claro que formalmente a Justiça Brasileira não tem a condição de proclamar a inocência de ninguém (...)".

Carlos Avalone observa que Antero chegou a fazer comparativo do escândalo do mensalão de Brasília, envolvendo o governador José Roberto Arruda (DEM), com a Operação Pacenas, que na época do crime já se encontrava extinta por decisão da Justiça Federal, "portanto, sem valor algum". O suplente afirma que, numa reunião do diretório do PSDB, o deputado Guilherme Maluf propôs se licenciar por quatro meses para abrir vaga na Assembleia e, assim, o próprio Avalone poder se defender das acusações. Ele arrolou Maluf como única testemunha no processo.

Sobre fraudes nas obras do PAC, Avalone esclarece que deixou o quadro societário da Três Irmãos Engenharia em julho de 1997 e, com base nisso, assegura não ter envolvimento no escândalo. A empresa integrava o Consórcio Cuiabanoa, acusado de participação no esquema milionário. Afirma que o objetivo de Antero é voltar a ocupar cargo eletivo, usando como trunfo ofensas e também para obter promoção no programa televisivo. Diz que teve a honra pessoal, o decoro e o prestígio atingidos. Na queixa-crime assinada pelo seu advogado Luciano André Frizão, a qual o RDNews teve acesso, Avalone reforça que foi covardemente ofendido e pede que a Justiça condene o ex-senador por difamação e calúnia.





Fonte: RD News

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