Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Agronegócios
Segunda - 08 de Fevereiro de 2010 às 05:14

    Imprimir


A falta de liquidez no mercado, no ano passado, fez com que as transações de compra e venda de terras agrícolas entrasse um processo de estagnação. A pressão, segundo analistas, decorre da saída generalizada de compradores do mercado e reflete sobretudo nos imóveis rurais voltados à produção de agroenergia.

“Houve pouquíssimos negócios nos últimos meses, o que significa que uma crise de liquidez se instalou também neste mercado após a crise financeira global”, avalia o analista André Dias.

A estagnação dos preços - e do mercado - neste momento mostra também a apreensão do investidor (mesmo os mais capitalizados) em realizar aquisições de terras, investimento de baixa liquidez.

“Mato Grosso já vinha, há algum tempo, apresentando problemas de liquidez por conta das dívidas dos produtores. O que vemos no momento é a entrada de empresas estrangeiras no Estado comprando ou arrendando terras”, diz.

O analista lembra que nos últimos meses os investimentos praticamente se estagnaram. “Os poucos negócios que ainda acontecem estão localizados na região do Mapito (Maranhão, Piauí e Tocantins), onde as terras são relativamente mais baratas em relação à região Centro-Oeste”.

Segundo ele, os produtores mais capitalizados acabam arrendando as terras daqueles que estão com dificuldades para sobreviver no setor. “Isso vem causando uma maior concentração de terras nas mãos de poucos”. O especialista também diz não ter conhecimento de procura por terras em Mato Grosso. Para André Dias, além da descapitalização do produtor local, a baixa ou quase nenhuma procura por terras em Mato Grosso tem explicação nos preços dos imóveis, que tiveram valorização nos últimos anos.

Na avaliação dos especialistas, as terras destinadas à produção de grãos continuam com preços elevados. Isso ocorre porque a maioria dessas áreas é indexada em sacas de soja. Na região Sul de Mato Grosso, por exemplo, onde a logística é melhor e a terra é mais cara, a indexação fica entre 250 e 300 sacas por hectare, com o preço variando de R$ 8,75 mil a R$ 10,50 mil/ha.

DESIGUALDADES - Nas regiões mais distantes situadas ao Norte/Noroeste, o interesse pela compra de terras é menor em Mato Grosso. “Temos realidades distintas. No Médio Norte – Lucas e Mutum, por exemplo - as terras estão bastante valorizadas e acompanham a média da região Sul – Rondonópolis, Pedra Preta e Serra da Petrovina, privilegiada pela logística mais barata. As terras de Mato Grosso não são homogêneas e isso acaba também influenciando na valorização das áreas agricultáveis”.






Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/143439/visualizar/