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Agronegócios
Domingo - 31 de Janeiro de 2010 às 08:08

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A situação atual do mercado, com os baixos preços da soja em Chicago-EUA, estoques reduzidos do arroz e previsão de queda mundial na produção, abre perspectivas otimistas para a cultura do arroz mato-grossense nos próximos anos. De acordo com o presidente do Sindicato das Indústrias de Beneficiamento de Arroz do Estado, Joel Gonçalves Filho, a cultura do arroz voltará a ficar atrativa e despertar o interesse dos produtores, inclusive daqueles que estão plantando soja e não estão satisfeitos com os preços.

“O produtor de arroz hoje está mais consciente e procura plantar usando a melhor tecnologia e as melhores variedades disponíveis. Além disso, o produtor está atento ao mercado e sempre buscando informações atualizadas”.

Ele diz que a cultura do arroz evoluiu muito nas últimas décadas. “Plantava-se o arroz antigamente para colher 20 a 30 sacas por hectare. Hoje, temos um arroz de melhor qualidade e a produtividade saltou para 60 sacas”, conta Joel.

Ele diz que se os preços melhorarem e a qualidade for mantida, inclusive com a descoberta de novas variedades adaptadas às terras usadas, o arroz nunca vai sair do cenário econômico.

“Na verdade, quem manda no arroz no Brasil é o Rio Grande do Sul, maior produtor nacional. Quando o RS colhe mais, o preço abaixa. Mas quando a produção cai, os preços melhoram”.

O presidente do sindicato revela, ainda que para este ano está prevista uma queda na produção por causa do excesso de chuvas. “A expectativa para este ano, com a queda dos estoques mundiais e da produção no Sul do país, é de que os preços tenham uma alta expressiva para o produtor, podendo chegar a 40%”.

Segundo Joel Gonçalves, o estoque em mãos dos beneficiadores – cerca de 50 mil toneladas – é suficiente para movimentar as indústrias por pelo menos 30 dias.

Mato Grosso conta atualmente com 29 indústrias de beneficiamento em atividade, empregando 1.200 funcionários. A decadência do arroz nos últimos anos – quando a produção chegou a 2 milhões de toneladas e hoje está em torno de 800 mil toneladas - provocou estragos também à indústria. “Há cinco anos chegamos a ter 79 indústrias e cerca de 3,2 mil funcionários. A crise enxugou o setor e só ficaram no mercado os mais fortes”.

Os gargalos da indústria, assim como de outros setores produtores, é a logística. “O nosso sistema de transporte é caro e quase inviabiliza a saída dos nossos produtos para outros centros. Por isso, 80% da produção regional é consumida aqui mesmo”, diz Joel Gonçalves.






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