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Terça - 26 de Janeiro de 2010 às 17:57
Por: Sandra Costa

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“O silêncio é a maior arma que o pedófilo tem a favor dele”. Essa é uma das afirmações que a coordenadora da Sala da Mulher da Assembleia Legislativa, Janete Riva, sempre faz durante as palestras que ministra pela campanha “Todos contra a Pedofilia”. Como resultado, tem-se vislumbrado, a cada dia, mais denúncias de pedofilia nas cidades, como em Cuiabá, que registrou aumento de 88% nas ocorrências envolvendo violência sexual quando comparados os anos de 2008 e 2009. Enquanto no ano passado foram registrados 127 casos, no ano anterior foram 68. Os dados são dos seis Conselhos Tutelares da Capital, conforme divulgação feita na imprensa nesta última semana.

“Acredito que o trabalho que temos feito de conscientização tenha surtido esse resultado. Não de fomentar os casos, mas das denúncias serem feitas. As pessoas estão se informando e tomando coragem para denunciar”, afirma Janete Riva, que, a frente dos trabalhos da Sala da Mulher, iniciou em setembro de 2009 uma ação de combate a pedofilia, juntamente com o Ministério Público Estadual e as universidades Instituto Cuiabano de Educação (ICE) e Unirondon. Alunos universitários são capacitados para ministrarem palestras em suas comunidades. A campanha também tem sido desenvolvida em municípios do interior de Mato Grosso, onde o índice de abusos é alto contra menores de 18 anos.

Segundo a coordenadora, não é uma situação fácil para a família de uma vítima expor o caso. “A pedofilia é um assunto que sempre fica relegado porque a pessoa tem constrangimento de dizer que uma criança na sua família foi vítima de pedófilo. É vergonhoso dizer que o filho foi abusado sexualmente. Trata-se  um fato que geralmente as famílias deixam debaixo do pano, acobertado. E isso só favorece o abusador, que continuará fazendo outras vítimas”, explica.

Janete Riva diz ainda que é comum em depoimentos os familiares das vítimas admitir terem suspeitas de que o agressor poderia já ter abusado de outras crianças. “Mas, em geral, achavam que era uma situação que nunca ia acontecer com o seu filho. Se tivessem denunciado a tempo, sua filha ou filho não teria sido mais uma vítima”, destaca.

Na opinião da coordenadora, outro fator que contribuiu para o aumento das denúncias é a divulgação de casos em veículos de comunicação, bem como a popularização do disque-denúncia. “Está deixando de ser um tabu e a imprensa tem sido é uma grande aliada para desmitificar o assunto. O nosso papel é realmente o de conscientizar, de fazer um alerta para a população”, ratifica.

Em Mato Grosso, palestras de conscientização têm sido realizadas pela Sala da Mulher e o Ministério Público. É o caso de Tangará da Serra, Lucas do Rio Verde, Marcelândia, Juara, Cuiabá e Várzea Grande. Neste ano, a campanha continua com ações que serão desenvolvidas e estendidas a outras cidades. “Temos que deixar de pensar que o problema é dos outros. O problema é nosso e envolve toda a sociedade”, conclama Janete Riva.






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