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Economia
Terça - 26 de Janeiro de 2010 às 16:22

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O dólar fechou com a sexta alta consecutiva nesta terça-feira, reagindo à manutenção do cenário cauteloso no exterior - desta vez, por medidas da China para tentar manter o crescimento do país sob controle. A moeda americana terminou o dia a R$ 1,836, em alta de 0,88%. No ano, com 14 altas em 17 sessões, o dólar acumula valorização de 5,34%.

Mas a subida perdeu força durante a tarde, acompanhando a melhora das bolsas internacionais e a menor valorização do dólar em relação a moedas de perfil semelhante à brasileira.

Na máxima, o dólar chegou a R$ 1,849, alta de 1,59%, e analistas de mercado já veem sinais de esgotamento da sequência de desvalorização do real.

A alta da moeda americana nesta terça foi associada ao aumento dos depósitos compulsórios em 0,5 ponto percentual por alguns bancos na China. A medida é mais um sinal de que o país tenta evitar um superaquecimento da economia, o que pode ter reflexos sobre o consumo de commodities, principal componente da pauta de exportações do Brasil.

Além do aperto monetário na China, outros fatores causaram turbulência no mercado internacional nos últimos dias e ajudaram a sustentar o dólar. Profissionais de mercado citam, por exemplo, a proposta do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, de fazer uma ampla reforma no sistema financeiro, além da incerteza sobre a aprovação pelo Congresso do segundo mandato de Ben Bernanke no Federal Reserve (FED, banco central americano).

Internamente, o mercado de câmbio também vinha sendo pressionado pela piora nas transações correntes do País e pela possibilidade de compra de dólares pelo Fundo Soberano.

Nesta terça-feira, o Tesouro evitou projetar emissões de títulos para aumentar o poder de fogo do fundo na compra de dólares. No anúncio do Plano Anual de Financiamento (PAF), porém, o secretário do Tesouro Arno Augustin afirmou que possíveis emissões estão embutidas na estimativa de crescimento da dívida em 2010, e que "os objetivos do governo para o Fundo Soberano são melhor atingidos se a gente não divulgá-los".

Ajustes
Embora a alta do dólar ao longo de janeiro tenha aberto caminho para revisões de estimativas por parte de algumas instituições, como o Barclays Capital, muitos agentes de mercado já afirmam que, após seis altas consecutivas, há espaço para uma reversão parcial desse movimento.

"Nós achamos que esses fatores (para a alta do dólar) vão se reverter ou parar de atuar, e por isso vemos uma oportunidade de compra de reais", disse Tony Volpon, estrategista da Nomura Securities International, em Nova York.

André Sacconato, economista da Tendências Consultoria, tem avaliação semelhante. "A tendência é de valorização do real nos próximos meses", afirmou. Ele pondera, no entanto, que a taxa de câmbio depende do cenário externo, e pode ainda "dar uma esticada" nos próximos dias.

Em relatório nesta terça-feira, no Fórum Econômico Mundial, em Davos, o Instituto Internacional de Finanças estimou um aumento de 66% no fluxo de capital aos países emergentes, para US$ 722 bilhões. China e Brasil devem liderar esse crescimento, acrescentou.





Fonte: Reuters

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