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Agronegócios
Segunda - 18 de Janeiro de 2010 às 09:02
Por: Wisley Tomaz

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Melhorar a produtividade e a resistência de alguns cultivares é o que o enriquecimento a partir de ferro, zinco, pró-vitamina A, molibdênio e outros tem feito nos últimos anos a favor do desenvolvimento tecnológico da agricultura. Tanto que cultivares melhoradas com genes capazes de se adaptarem representam uma contribuição significativa à eficiência do setor produtivo. O desenvolvimento de cultivares de soja, por exemplo, com adaptação às condições do clima, relevo e tipos de solo das principais regiões do país, especialmente do cerrado, propiciaram nas últimas décadas a expansão da fronteira agrícola brasileira.

O presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado de Mato Grosso (Aprosoja), Glauber Silveira, conta que o enriquecimento da soja tem sido feito em praticamente todas as regiões do estado, pelo fator do solo do Cerrado apresentar algumas deficiências. O produtor explica que são utilizados cobalto, manganês, molibdênio e zinco. "Na verdade, o enriquecimento era feito com mais frequência em épocas em que as lavouras estavam sendo abertas e o solo necessitava de uma maior correção. Com o tempo esse enriquecimento diminuiu, pois a terra vai se adaptando naturalmente às culturas e o que se faz hoje é apenas para manter o equilíbrio nutricional".

A Embrapa Soja, unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, encontrou uma alternativa para melhorar a eficiência da fixação biológica do nitrogênio na cultura da soja por meio da utilização de semente de soja enriquecida com molibdênio. A nova tecnologia vai agregar o molibdênio no processo de produção de semente, dispensando a aplicação desse nutriente durante a semeadura.

O engenheiro agrônomo e pesquisador José Tadashi Yorinori, PHD em fitopatologia e uma dos maiores estudiosos da soja no país, explica que este enriquecimento melhora o desempenho do micronutriente, indispensável para a eficiência do processo de fixação biológica de nitrogênio. A partir deste estudo, a aplicação de molibdênio pode ser feita antes do plantio, ao se inocular a soja, ou diretamente sobre as folhas. Entretanto, apesar de necessária, a aplicação na semente causa prejuízos à sobrevivência do Bradyrhizobium, bactéria que promove a fixação biológica do nitrogênio.

A soja é uma cultura que requer uma grande quantidade de nitrogênio para alcançar altos níveis de produtividade. A fixação biológica, promovida pelo bradirizóbio, dispensa o uso de adubo nitrogenado e, consequentemente, reduz os custos de produção e ajuda a preservar rios, lagos e lençóis freáticos da contaminação por nitrato. Com a nova tecnologia, a adição de molibdênio à semente pode passar a ser feita durante o processo de produção da semente, ainda na lavoura, aproveitando-se a mesma operação de controle de pragas. Para isso, os produtores de sementes deverão fazer duas pulverizações do nutriente nas folhas, com espaçamento de, no mínimo, dez dias, entre os estágios de floração plena até o enchimento de grãos.





Fonte: A Gazeta

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