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Terça - 12 de Janeiro de 2010 às 01:10
Por: Mariane de Oliveira

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Quando deputada Serys se notabilizou por comandar atos contra jeton e outros benefícios poucos ortodoxos
Quando deputada Serys se notabilizou por comandar atos contra jeton e outros benefícios poucos ortodoxos

A senadora Serys Marly (PT), que quando deputada estadual apresentou projetos de lei conhecidos como "pacote ético", que propunham a extinção de benefícios como o jeton, o 14º e o 15º salários, e chegou a devolver os recursos recebidos por convocação extraordinária, foi duramente criticada junto com demais integrantes da Mesa Diretora do Senado, por fazer parte de uma manobra para beneficiar os colegas senadores.

Trata-se da assinatura de um ato, publicado às vésperas do recesso parlamentar, em dezembro passado, que permite que os senadores usem neste ano a verba de passagem aérea excedente, que não fui utilizada em 2009. Serys é segunda vice-presidente do Senado.

O ato assinado pela Mesa Diretora contraria outro ato, editado em abril do ano passado, logo após vir a público o escândalo que ficou conhecido como "farra das passagens aéreas", na qual parentes e amigos dos parlamentares voavam com passagens pagas pelo Senado. Naquela época, com o intuito de tentar melhorar a imagem do Senado após mais esse escândalo, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB), criou novas regras para o uso dos bilhetes, e decidiu que as passagens aéreas não utilizadas em um exercício não poderiam ser utilizadas no ano subsequente.

Agora, justamente em ano eleitoral, no qual os parlamentares vão e vem de Brasília em ritmo mais intenso para cuidar de suas campanhas, a Mesa Diretora retroagiu e agraciou os colegas parlamentares com a possibilidade de usar uma cota maior de passagens aéreas do que a estabelecida para o ano de 2010. Neste ano, 54 das 81 cadeiras no Senado serão renovadas, o que inclui a própria senadora Serys, que é candidata à reeleição.

O Senado disponibiliza mensalmente uma cota de cinco passagens aéreas, ida e volta, para cada parlamentar visitar seu estado de origem, nos 12 meses do ano, mesmo sendo janeiro período de recesso parlamentar. Se o senador voar para seu estado de origem todas as semanas, ainda assim sobrarão, ao final do ano, 12 passagens aéreas, ida e volta. Além disso, o valor disponibilizado para cada gabinete refere-se à tarifa cheia, o que permite aos parlamentares multiplicar o número de passagens, já que as assessorias costumam comprar as passagens durante as promoções realizadas pelas companhias aéreas.

Outro lado - A senadora Serys alega que a medida não vai aumentar os gastos no Senado e que o novo ato não implica em mais dinheiro no bolso do senador. Questionada sobre o aumento de gastos para o Senado, com as passagens aéreas excedentes, ela também negou qualquer impacto negativo. "Não altera nada, porque ninguém consegue voar mais do que já voa. Agora, se vai sair da autorização da passagem e vai para outro setor, aí é outro departamento". Ela pontuou ainda que, conforme o ato assinado pela Mesa, as passagens não podem mais ser usadas por parentes. Além dos próprios senadores, elas só poderão ser usadas pelos assessores dos parlamentares, sob justificativa.





Fonte: A Gazeta

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