Prova será elaborada em sala forte e impressa em SP

O fracasso que caracterizou a aplicação das provas do Concurso Público de Mato Grosso, em 15 de novembro, não deverá se repetir nos três dias definidos para a realização das novas provas. Pelo menos esta é a pretensão do governo do Estado, que por meio da Comissão de Acompanhamento do concurso divulgou as medidas de segurança que devem garantir lisura ao novo processo de seleção. Desta vez, as provas serão elaboradas na “sala forte” de vestibulares da UFMT, impressas e distribuídas por uma gráfica de São Paulo. Os fiscais também devem passar por treinamento intensivo.

Com intuito de elimar qualquer suspeita de vazamento de informação, a formulação dos testes, que continuaram sob comando de profissionais da Unemat, será feita em outro local. “Fizemos um acordo com a UFMT para aproveitarmos a estrutura física da diretoria de vestibulares da Universidade. O local conta com câmeras de segurança e paredes de alvenaria, semelhante a uma sala forte. Tudo será gravado e arquivado para que depois da realização das provas possamos disponibilizar o material ao Ministério Público caso haja necessidade”, explicou o chefe da Casa Militar, coronel Alexander Maia.

A impressão e distribuição das novas provas será feita pela gráfica RR Donnelly Moore. Localizada em São Paulo, a empresa assumiu responsabilidade parecida durantes as provas do último Enem. A escolha da gráfica deu-se, segundo o coronel, pelo fato da RR ser a única empresa nacional com certificação de segurança emitido pela Associação Brasileira de Gráficas. “Na última tentativa do concurso tivemos problemas também com envelopamento das provas. Com esta nova metodologia nossa meta é reduzir a zero este e qualquer outro problema de logística”, afirmou Maia.

Outra preocupação expressa pela Comissão é referente ao treinamento dos profissionais que farão a fiscalização das provas. O chefe da Casa Militar garantiu que os fiscais passarão por uma qualificação eficaz. A primeira fase do treinamento ocorrerá entre 18 e 23 de janeiro.

A “capacitação” será feita por meio de material gráfico e CD contendo simulação de situações que podem ocorrer durante a prova e dicas para solucionar problemas. “Vimos que muitos dos problemas poderiam ter sido evitados se os fiscais intercedessem”, assumiu o secretário de Administração do Estado, Geraldo de Vitto.

Apesar das mudanças previstas para os três dias de concurso público (as provas do ensino serão no dia 31 de janeiro; do ensino médio 21 de fevereiro; e do ensino superior 21 de março) o orçamento disponível para as ações não engordou. De acordo com os membros da Comissão de Acompanhamento o recurso são os mesmos R$ 13,5 milhões.

Por isso, o Estado optou por privilegiar servidores públicos para trabalhar como fiscais. Para economizar com o pagamento de mão de obra (R$ 60 por período), a proposta é negociar com os servidores uma permuta. Ao invés de receberem pelo serviço prestado, os funcionários do Estado poderão optar por um dia de folga durante a Semana Santa.

A estimativa é que seja contratado um fiscal para cada 15 inscritos. Os interessados em trabalhar durante as provas deverão acessar o site www.concurso.mt.gov.br.