Pecuaristas e consumidores prejudicados

O superintende da Acrimat, Luciano Vacari, acrescenta que nas últimas semanas o custo de produção da arroba está em alguns casos empatando ou superando o valor pago pelo mercado, que é de cerca de R$ 66, havendo casos em que o custo atinja R$ 74. “No mesmo período do ano passado a arroba tinha média de R$ 80. Naquela época o produtor tinha margem de 32% e o varejo, de 63%. Agora, o pecuarista tem margem de 27% e o varejo, 67%. A crise mundial eclodida há um ano atingiu a ponta da cadeia, mas, pelo visto, não influenciou nos ganhos do varejo”. Os números do Imea mostram que na série de 2005 a 2009, em nenhum ano o varejo trabalhou com margem de comercialização abaixo de 60%. Já o pecuarista detinha 33% em 2005 e o atacado, 7%. “Em junho de 2006, quando a arroba atingiu o pior nível da história, R$ 30, o pecuarista contabilizou no ano margem de 29% e o varejo, 66%”.

Vacari aponta ainda que as recentes e constantes fusões de indústrias frigoríficas na atualidade se dão, também, em função de se unir forçar para tentar driblar o varejo, que é o elo mais forte. “Se os frigoríficos se unem, prejudicam o pecuarista que fica refém de poucas empresas para vender seu rebanho e a valorização da carne na outra ponta, sataniza o criador. No fundo, só perdem o pecuarista - que não investe na sua atividade - e o consumidor, que poderia estar pagando menos e consumindo produtos de qualidade superior. Na prática, um elo ganhando muito e outro nada”.

VAREJO – O Diário tentou sem sucesso contato com a diretoria da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat). (MP)