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Economia
Sábado - 05 de Dezembro de 2009 às 04:48
Por: Fabiana Reis

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Segundo a Acrimat e o Imea, os outros 70% do valor ficam para elos da cadeia produtiva de fora da porteira

Do total pago pelo consumidor em um quilo de carne no varejo, 70% do valor fica para elos da cadeia produtiva de fora da porteira. Outros 30% são para o pecuarista, que têm de tirar desse percentual a cobertura dos custos e a margem de lucro, o que nem sempre é possível. Os números são de um levantamento realizado pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea) divulgado nesta sexta-feira 94) pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), e se refere à chamada margem de comercialização. O percentual, porém, não representa a margem de lucro aplicada pelos diferentes setores na venda do produto.

O estudo incluiu dados da participação do produtor, do atacadista e varejista nos últimos cinco anos (2005 a 2009). Somente este ano, conforme o levantamento, 67% da participação nos preços ficaram com o setor varejista e outros 6% com o atacado, que seriam os frigoríficos. Outros 27% são de participação do criador de gado. O estudo destaca que nos últimos anos a margem do pecuarista vem caindo. Para se ter uma noção, em 2005 ela era de 33% e este ano baixou para 27%. Enquanto isso, o setor varejista, a participação subiu, de 61% para 67% entre 2005 e 2009. A margem do atacadista vem se mantendo, entre 7% e 6%, no mesmo período, tendo ficado em 4% nos anos de 2006 e 2008.

A analista de Inteligência do Imea, Flávia Masotti, explica que a margem de comercialização foi apurada a partir da diferença de preço dos produtos nos diferentes níveis de mercado, em unidades equivalentes. Estão embutidos nos cálculos, os custos fixos e variáveis, o lucro do setor, ou seja, um crescimento no valor da margem tanto pode estar associado ao aumento da taxa de lucro ou dos custos. "O valor corresponde a uma média feita no decorrer do levantamento. E o objetivo do trabalho é analisar o comportamento do preço da carne bovina em Mato Grosso, em todos os elos da cadeia".

O levantamento levou em consideração também o preço médio mensal da carne bovina ao produtor, atacado e varejo, corrigidos pelo Índice Geral de Preços (IGP-DI). Ainda conforme o estudo, entre 2005 e 2009, o preço da carne variou 18% para o produtor, 20% para o atacado e 44% para o varejo. O diretor da Associação dos Supermercados de Mato Grosso (Asmat), Altevir Magalhães, diz que prefere não comentar o estudo do Imea, já que não tem os números nas mãos, mas que a entidade está aberta para mostrar relatórios que mostrem a margem do setor.





Fonte: A Gazeta

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