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Economia
Segunda - 09 de Novembro de 2009 às 16:20

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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a aliança de seu país com as outras três grandes potências emergentes no grupo dos Bric, segundo uma entrevista publicada nesta segunda-feira pelo jornal britânico "Financial Times" ("FT").

"É como quando se tem uma nova namorada", respondeu Lula ao ser questionado sobre os interesses diversos --e muitas vezes contraditórios-- do grupo, formado por Brasil, Rússia, Índia e China.

"Se a pessoa olha apenas para seus defeitos, não chega a lugar nenhum, mas se olha para o lado bom, acaba se casando", afirmou o presidente na entrevista realizada durante sua visita a Londres na semana passada.

Lula explicou que a aliança se inspira no modelo da UE (União Europeia), onde também existiam, inicialmente, grandes divergências entre os membros fundadores.

"Em nossa primeira reunião [uma cúpula realizada em junho passado, na Rússia], sugeri que começássemos a fazer transações em nossas próprias moedas. Não precisamos do dólar. É apenas um tema cultural porque estamos acostumados com o dólar, mas isso pode mudar", acrescentou.

O jornal afirma que quando o grupo surgiu, em 2001, as quatro potências emergentes representavam apenas 6% da economia mundial, mas que agora dados do FMI mostram que já têm um peso de quase um quarto e que superaram conjuntamente os Estados Unidos.

Nesse tempo, a China se converteu no primeiro sócio comercial do Brasil, o que também ajudou a escapar da crise ao não depender dos Estados Unidos e da Europa como outros países.

Questionado sobre o comentário que fez correr rios de tinta há alguns meses sobre o fato de a crise econômica mundial ser culpa "das pessoas louras de olhos azuis", Lula explicou que essa foi uma resposta a quem culpava os imigrantes.

"As pessoas pobres na África e em todo o mundo vão ter que pagar pela crise quando não foram elas que a causaram. Os países ricos dizem que não podem se permitir financiar ajudas à pobreza nos países pobres. Mas, para salvar seus bancos, encontraram trilhões. Se tivessem dado um pouco disso em ajuda aos países pobres, o mundo seria um lugar melhor", concluiu.





Fonte: AFP

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