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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Terça - 03 de Novembro de 2009 às 07:53
Por: Carlos Martins

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A falta de informações dentro da própria estrutura do sistema de segurança pública de Mato Grosso prejudica o andamento das operações das Polícias Militar e Judiciária Civil. Carros estão parados por problemas mecânicos e também por falta de pneus, mas, de acordo com o setor responsável na Secretária de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), pneus não estão em falta e existe até um estoque de 400 unidades para reposição em veículos Parati e Gol, locados para o Estado pela Intercar Ltda, empresa cuja matriz fica em Olinda (PE). Na Base Comunitária de São Del Rey, por exemplo, 2 Paratis ficaram pelo menos 15 dias paradas na garagem. Uma por estar com pneus sem condições de uso ("carecas"), e a outra por problemas mecânicos e que acabou sendo levada durante a semana para a oficina da Intercar. Outro relato, é que no 9º Batalhão da Polícia Militar, pelo menos 7 viaturas locadas também estão baixadas, e pelo mesmo motivo: falta de pneus. "Levamos o carro até a Intercar e lá fomos informados que eles não fazem a troca dos pneus", disse um policial ouvido pela reportagem. Outro motivo de preocupação é quanto ao estado dos veículos. O primeiro contrato foi assinado com a Intercar em 2007 e a expectativa entre os policiais é muito grande em saber quando haverá a troca dos veículos.

Agentes que trabalham em alguns Centros Integrados de Segurança e Cidadania (Cisc), dizem, que, pelo contrato, já em setembro deveria ter ocorrido a troca dos veículos. Eles afirmam que os carros levados para a Intercar para conserto demoram, às vezes, mais de uma semana para serem liberados. E os carros reservas demoram para ser liberados.

"Pelo contrato, em 24 horas a empresa deveria colocar outro carro à disposição, mas isto não acontece", disse um investigador.

O problema reflete no trabalho operacional, que fica prejudicado. "A população quer agilidade, ela cobra do policial", reforçou.

De acordo com o coordenador de Transportes da Sejusp, tenente-coronel Alessandro Ferreira, existe num depósito da Polícia Militar cerca de 400 pneus aro 14 (para Parati e Gol) e outras especificações de pneus (de carros ou motos) que devem ser solicitados. "É só acionar a diretoria-adjunta de Logística e Patrimônio da PM para solicitar o pneu", explicou.

Pelos contatos feitos pela reportagem, esta informação não é de conhecimento de vários comandos.

"De 2007 para cá houve alguns ajustes na forma de locação para melhorar o serviço. Essa questão do pneu foi revista", confirmou o comandante da PM, coronel Antônio Benedito de Campos Filho.

Esta alteração a que se refere o comandante diz respeito ao novo contrato assinado este ano com a Intercar e que estipula o fornecimento de pneus. Pelo contrato de 2007, esta obrigação é de responsabilidade do Estado. "Isso está sendo corrigido por uma alteração no novo contrato que prevê que a própria locadora, no caso a Intercar, faça também a troca dos pneus".

Conforme a ata de registro de preços 020/2009/SAD, pregão nº 111/2008/SAD, o item 6.15 aponta que "é de responsabilidade da contratada o conserto e substituição de pneus em toda e qualquer hipótese". E isso irá valer para os próximos veículos que serão locados pela Intercar. Quanto à manutenção, Campos Filho reconheceu que eventualmente existem problemas. "Mas isso está sendo solucionado com a troca gradativa dos veículos pela locadora", explicou.

O contrato assinado com a Intercar pela Sejusp, por meio do Fundo Estadual de Segurança Pública (Fesp) estabelece que devem ser disponibilizados carros zero km. De acordo com o gerente da unidade da Intercar em Cuiabá, Darciso Melo, atualmente estão locados ao Estado, para a Sejusp, 525 veículos das marcas Parati, Gol, Fiat Uno e Caminhonete Blazer. O valor mensal de locação chega a R$ 600 mil. Pelo novo contrato, está começando agora a renovação da frota e a estimativa é que a cada mês sejam entregues lotes de 30 viaturas novas.

Em relação à reclamação feita de que não são entregues carros reservas num prazo de 24 horas, como estabelece o contrato, Melo diz que nas ocorrências graves - casos de sinistro - no máximo em 24 horas o carro é liberado. "Existem situações em que o carro fica na oficina num prazo inferior, para troca de óleo, ou troca de embreagem, por exemplo, e o policial já quer retirar um carro reserva e isso é impossível de atender", justifica.

Outra questão é quanto a adesivagem dos veículos. Alguns policiais reclamaram que o carro reserva sai sem a identificação da locadora e isso prejudica o trabalho numa situação de emergência. "Todos os veículos saem com os equipamentos constantes no contrato e adesivados, até porque sem o adesivo o carro não é abastecido. Ocorre, às vezes, que alguns policiais querem usar o carro reserva em investigação e acabam retirando o adesivo", afirmou.

A locação de veículos para o trabalho operacional das Polícias Militar e Judiciária Civil, administração e outros setores do sistema de segurança, foi adotada pelo Estado como medida de economia. O governo utiliza o veículo e não precisa arcar com despesas de manutenção e com a natural depreciação do valor do carro. O Estado mantém também contrato de locação de veículos com outra locadora, a Quality, cuja matriz fica em Brasília (DF).




Fonte: A Gazeta

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