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Agronegócios
Sexta - 25 de Setembro de 2009 às 09:23

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O clima este ano favoreceu o início do plantio de soja em Mato Grosso. Mais de 5% da área, segundo informações de produtores e agrônomos, já estão semeados com a variedade de ciclos precoce e super precoce. As regiões norte, médio norte e noroeste, onde estão concentrados os maiores municípios produtores da oleaginosa estão com os trabalhos mais adiantados: Lucas do Rio Verde, Sapezal, Campo Novo dos Pareci, Nova Mutum, Tapurah, Sorriso e Diamantino.

Conforme expectativas do segmento, Mato Grosso deverá manter a mesma área de cultivo utilizada na safra passada (08/09) que foi de 5,82 milhões de hectares, acréscimo de 2,7% frente ao ciclo anterior, como aponta o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

A recomendação da pesquisa é a concentração de plantio em uma janela menor, pois com o encurtamento do ciclo, o produtor consegue manejar e controlar as doenças, principalmente a ferrugem asiática da soja.

Segundo o agrônomo Agmar Lima, da região de Nova Mutum, as chuvas que caíram sobre Mato Grosso nos últimos dias já permitem o início do plantio de soja. “Normalmente, os produtores que plantam agora são aqueles que irão fazer a safra de algodão ou a safrinha de milho. Para esses, o momento já favorece a largada”, avalia.

Segundo ele, na maioria das regiões choveu mais de 50 milímetros nos últimos dois dias. “Se contarmos o acumulado, temos mais de 130 milímetros, o que já sinaliza um bom momento para a semeadura da soja”. Agmar Lima acredita que já existe umidade suficiente para plantio, mas lembra que o plantio da variedade de ciclo normal vai deslanchar a partir de outubro.

A região de Nova Mutum (269 quilômetros ao norte de Cuiabá) deve plantar este ano cerca de 300 mil hectares de soja.

Outro produtor que já iniciou a semeadura da soja é Eliseu Scheffer, que deverá plantar este ano 40 mil hectares de soja nas regiões de Campos de Júlio e Sapezal. Para a safra 09/10 o grupo estima plantar ainda 5 mil hectares de algodão, 10 mil hectares de milho e 1,88 mil hectares de feijão.

De acordo com o gerente técnico da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja), Luiz Nery Ribas, este ano realmente o clima está diferente e tudo está favorecendo. “Vamos torcer para que as chuvas continuem”. As chuvas que caíram nos últimos dias sobre Mato Grosso, segundo Ribas, surpreenderam os produtores.

“Ninguém esperava que antes mesmo do início da temporada de plantio fosse chover tanto”. Mas faz um alerta: “O produtor deve ter muita atenção e não plantar tudo de uma vez agora. Se as chuvas cortarem, poderemos ter perdas”, disse ele.

PRECOCE - Nery Ribas lembra que o período favorece a semeadura das variedades de ciclo mais rápido. Segundo ele, nos últimos anos vem aumentando a participação das sementes precoces devido à necessidade de plantio da safra de algodão e da safrinha de milho e do controle da ferrugem asiática da soja. Este ano, de 30% a 35% da área de soja deve ser ocupada com variedades precoces. Com a semente precoce, o ciclo entre o plantio e a colheita é de 100 dias, enquanto o médio varia entre 125 e 135 dias e o tardio entre 135 e 140 dias.

Os pesquisadores afirmam que diminuindo o ciclo do grão, o produtor reduz o custo fixo de manutenção da lavoura – principalmente com agroquímicos - e melhora a margem final da atividade, já que terá o incremento com a receita de uma segunda cultura.

Este ano, as regiões mais favoráveis ao cultivo da semente precoce são as sul e médio norte do Estado. Nestas regiões há a perspectiva de aproveitamento do ano agrícola, para o cultivo do algodão adensado, que tem uma produção mais tardia e com um espaço menor entre as plantas.

Na avaliação dos pesquisadores, quem adotar um sistema de plantio direto bem feito, não vai perder a produção com um veranico de 15 dias, mesmo usando material precoce. “Além disso, é mais fácil escapar de ferrugem e de pragas de final de ciclo utilizando soja precoce do que com cultivares tardias”. (MM)





Fonte: Diário de Cuiabá

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