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Esportes
Sexta - 21 de Agosto de 2009 às 16:49

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O ex-jogador de futebol Pelé disse nesta sexta-feira não ver problemas na aplicação de dinheiro público para reforma e construção de estádios para a Copa do Mundo de 2014, que será realizada no Brasil, desde que os equipamentos esportivos e toda a infraestrutura sejam utilizados após a competição.

"Acho que isso [uso de dinheiro público] não tem problema, se for bem administrado, não tem problema nenhum", afirmou, após participar da assinatura de contrato para o financiamento da construção do Museu Pelé, em Santos (SP), por parte do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).

Pelé destacou que nenhum estádio brasileiro tem condição, hoje, de ser sede de uma partida de Copa do Mundo, de acordo com as exigência da Fifa. Para ele, o mais importante é ficar atento ao legado que a Copa vai deixar, já que o evento atrai a atenção do mundo apenas durante um mês.

"Se tiver esse cuidado na infraestrutura, na reforma dos estádios, porque nenhum deles está apto às exigências da Fifa para uma Copa, acho que seria bem aplicado o dinheiro, sem dúvida nenhuma. Mas sempre tem que tomar o cuidado para que o povo não tenha que pagar", disse.

O presidente do BNDES, Luciano Coutinho, comentou que o banco poderá financiar Estados que queiram investir na construção ou reforma de estádios. Ele explicou que o banco admite tal possibilidade em locais onde haja dificuldade de estruturação de PPP's (Parcerias Público-Privadas).

Ele reiterou que a orientação do governo é que não seja aplicado dinheiro do orçamento nos estádios.

"A estruturação de PPP's é complexa, depende da estruturação de recebíveis que tenham uma certa consistência e, assim, poderemos financiar Estados que queiram, em locais onde não comporte porque o mercado não sustenta um empreendimento misto de PPP', salientou.

Mudança de discurso

A promessa era que o grosso do financiamento dos estádios para a Copa de 2014 seria feito com dinheiro privado. Mas Ricardo Teixeira, presidente da CBF e do comitê organizador do segundo Mundial no Brasil, declarou no início do mês que o governo terá que abrir o cofre na construção ou reforma de 9 dos 12 estádios que irão abrigar a competição daqui a cinco anos.

"Por menos que você não queira, esses estádios bases [os escolhidos para o Mundial] já são do governo [as exceções serão São Paulo, Curitiba e Porto Alegre]. De qualquer maneira, a operação vai ter que envolver o governo. Em Minas, o estádio é do governo. No Rio, também. E, mais grave, como é que você vai fazer uma operação totalmente privada no Maracanã se ele é um prédio tombado?", disse Teixeira, que não admitiu ter mudado de opinião.

Segundo o dirigente, a única maneira de fazer estádios totalmente com dinheiro privado seria se todos eles fossem 100% novos. Mas até nas duas arenas previstas para 2014 que serão totalmente novas o dinheiro público vai ter que entrar.

Em Natal, segundo a própria CBF, o edital para a construção do estádio prevê que 49% dos gastos saiam dos cofres públicos. Conta parecida deve acontecer em Recife, a outra cidade que optou por uma arena completamente nova para 2014.





Fonte: Folha Online

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